segunda-feira, julho 16, 2007

Niepoort Vintage 2005

Depois do sucesso que foram os magníficos Vintages de 2003, a Niepoort não lançou qualquer Vintage em 2004, talvez carregando baterias para voltar a encher-nos de alegria e satisfação com mais um grande Vintage. Segundo a Niepoort 2005 foi um ano atípico com dias muito quentes e dias muito húmidos durante a vindima. A produção foi alta mas com bagos bastante pequenos, favorecendo a concentração dos taninos e da cor.

Este Vintage de 2005 é feito com uvas da Vinha da Pisca, Vale do Pinhão e do Ferrão, com as castas, Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinto cão, Tinta Francisca, Tinta Amarela, Sousão e Tinta Roriz, todas elas com mais de 60 anos. Este lote de 2005 já o tenho vindo a provar nesta e naquela ocasião e sempre me deixou com muita vontade que passassem os tais dois anos obrigatórios para se poder ver o vinho engarrafado. Dois anos já passados então, o lote foi engarrafado agora em Julho de 2007, e com isso chega a altura da prova dos nove.

Óbviamente com 20%Vol e uma cor retinta, absolutamente preto com algum reflexo violáceo.
No nariz, extremamente jovem e com uma enorme austeridade, as primeiras notas que surgem são alguns toques químicos ( tinta da china), algumas sugestões minerais muito frescas e uma farta camada de fruto preto, lembrando amoras pretas. Com o tempo no copo, o aroma começa a dar cambalhotas, parecendo que começam a despontar aromas disto e daquilo. Chocalate negro, esteva, terra menta...tudo aqui está perfeitamente harmonioso e com uma frescura ímpar. Não é daqueles vintages novos que cativam à primeira pelas sugestões de compotas muito maduras, mas sim pela enorme frescura e austeridade.

Na boca, estupidamente potente, com grande volume e capacidade de preencher tudo, torna-se mastigável e extremamente viciante. Apesar dos taninos estarem bem presentes, dá muito prazer a provar, pois são finos, com acidez elevada, não muito doce e onde o vinho e a aguardente se mostram perfeitamente integrados. Fruta preta e especiarias dão-nos um longuíssimo final, ligeiramente seco, forrado a cetim, crescente e apelativo. Quando se pensa que beber Vintages novos é como andar de Ferrari, com motores V8 com centenas de cavalos, pneus largos e um barulho estonteante... Aqui com este Vintage, temos o mesmo motor, cheio de vitalidade mas num verdadeiro Bentley. Tudo é fino e elegante, sem nunca enervar ou assutar o provador. Um grande Vintage, feito por uma casa que cada vez mais se afirma nos Vintages ( embora sejam um dos mestres dos Colheita's). Gostei muito do 2003, mas aqui talvez as proporções estejam ainda mais equilibradas, onde a mesma potência existe, mas está mais afinada e sobretudo mais fresco.

Nota 19
Produção 32.000 garrafas

PS - O Copode3 publicou também este Vintage, decidimos publicar ao mesmo tempo, pois tivémos a possibilidade de o beber juntos, e quando os vinhos são deste nível, as memórias devem ser partilhadas.

5 comentários:

  1. Belíssimo Vintage e belo report!

    É de facto um vintage do caraças! A comparação com os bólides está muito bem feita! É mesmo isso, é potente mas com classe e suavidade.

    Imagino como será daqui a uns 15 anitos....

    Boas provas!

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  2. Sem dúvida um grande Vintage, o melhor que bebi até hoje.

    E eu imagino o difícil que vai ser conseguir guardar as poucas garrafas que tenho lá em casa.
    Ou compro mais algumas ou vai ser um drama.

    Abraço,
    Renato Gaspar

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  3. M O N U M E N T A L ! ! !

    Saudações enófilas
    Blacko

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  4. Blacko,
    Provou o vinho?

    Eu ando a juntar uns trocos para poder comprar umas para guardar, no Natal talvez consiga. :)

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  5. "Provou o vinho?"

    Provei-o no sábado passado no 11º aniversário das C.A.V.(aliás uma grande prova que incluiu o Aneto Botrytis, o Batuta 2005, o Kopke Vintage 2005, o Herdade dos Grous Reserva Branco e o 23 barricas).

    Voltando ao Niepoort Vintage 2005, tive a oportunidade de comprar, num outro sítio, umas parcas 2 garrafas a um preço muitíssimo bom (38,60 €).

    Saudações Enófilas
    Blacko

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