domingo, agosto 26, 2007

Little Odisseia 2005

Depois de provar o excelente Touriga Nacional deste produtor/enólogo francês instalado no Douro, tive oportunidade de provar os tintos de 2005.
A marca Odisseia alargou a sua gama, introduzindo dois novos rótulos, um Little Odisseia, talvez pensado para o consumo diário e despreocupado, e um Reserva, um vinho sério, feito com excelentes uvas e mais virado para um momento especial. Em 2005, não foi feito nenhum Touriga Nacional. Para já publico o Little Odisseia, ficando o Odisseia 2005 ( 16 valores) e o Reserva 2005 (17,5 valores) em stand-by.

Feito com castas misturadas do Douro, o estágio é apenas feito em inox e com uns excelentes 12,5%Vol apresenta uma jovem cor com tons violeta de média concentração.
No nariz, jovem e moderno, com muitos aromas químicos e com uma parte floral bem presente. Os aromas frescos e balsâmicos misturam-se com algum vegetal e frutos pretos num tom correcto, equilibrado e sem desapontar. Um nariz acima de tudo correcto, que apesar de não impressionar, também não deixa a desejar.

Na boca, o vinho continua a mostrar um lado fresco e mineral. Aparece também aqui uma boa componente vegetal, com taninos ligeiramente ásperos e que mostram que o vinho pode evoluír um pouco mais em garrafa, pois o alcoól é pouco e a acidez é elevada. Final de média intensidade tudo a apontar para o fruto preto e o chocolate.

Nota 15

segunda-feira, agosto 13, 2007

Cunha Martins 2006

A União Comercial da Beira, Lda foi fundada em 1942, sendo das empresas mais antigas da Região do Dão. Na década de 80 adquiriu a Quinta do Cerrado onde plantou 20 hectares de vinha e aí instalou uma Adega para vinificação das suas próprias uvas e das uvas que são adquiridas a viticultores da Região. Embora o nome União Comercial possa induzir que se trata de uma cooperativa, a empresa é familiar e está neste momento na sua 3ªgeração.

A Empresa produz azeite, vinhos de mesa, vinhos regionais e vinhos DOC Dão. Na classe dos DOC, são bastante conhecidos os Quinta do Cerrado, embora seja no supermercado onde se vê à venda a marca Cunha Martins a preços mais que convidativos. Este branco Cunha Martins é feito com as castas Bical, Rabo de Ovelha e Encruzado, com um ligeiro (final de fermentação) de um mês em Carvalho Nacional com battonâge.

Com 13%Vol tem uma bonita cor amarelo-citrino de leve concentração.
No nariz, apelativo e nada tímido mostra aromas de maçã Golden, relva e um toque tropical de manga a dar uma boa entrada. Nota-se ainda com o passar do tempo no copo um ligeiro aroma de manteiga que traz alguma complexidade.

Na boca, embora de estrutura ligeira, não é um vinho apenas citrino e refrescante, pois nota-se alguma profundidade aromática, onde a madeira está muito discreta, mas fez o seu papel. Tropical, maçã e ananás, ligeiramente doce embora com a acidez presente. O final é de bom nível, com frutos secos e uma pequena sensação tostada.
Um vinho claramente bem feito, excelente para o preço e que para quem tiver paciência que perca algum tempo com ele, apreciando-o, pois não é mais um branco de verão.

Nota 15
Preço 3 Euros