Esta Vertical de Vale Meão em Magnum foi um momento único, espectacular e muito marcante. Não imaginam o orgulho e felicidade com que encarei este jantar que organizei no WineBar do Fooding House. A responsabilidade era mínima, apenas tinha que garantir copos e temperaturas adequadas. Os vinhos do Vale Meão e os pratos desenhados pelo Chef Camilo Jaña não me preocupavam minimamente em relação ao sucesso desta noite.
Provei todos os vinhos com calma, ao início da tarde... e depois fui acompanhando a sua evolução ao longo da noite.
Foi notável a frescura e força que alguns vinhos ainda tinham. Em todos eles, obviamente falo dos 2005 para trás, os taninos estavam muito finos e elegantes. Alguns vinhos ainda estão a pedir garrafa, outros dão um belo prazer desde já. Nota-se que nestes vinhos ( ao contrário por exemplo de outros Douro's) a espinha dorsal não são os taninos duros e violentos, mas sim a acidez, equlíbrio e boas maturações é que parecem segurar o vinho na sua evolução.
1999. Quanto ao 1999, houve variações de garrafa para garrafa, explicado pelo Xito Olazabal que na altura não tinha uma linha de engarrafamento em condições. Há garrafas boas e garrafas menos boas. A boa mostrou um vinho num excelente momento de forma. É o Vale Meão de menor concentração na tonalidade. É também o mais "terroso", mais subtil e pronto para se beber. Não me parece que irá ganhar mais em cave.
Nota 17,5
2000. As diferenças de 1999 para 2000 são enormes para apenas um ano. O 2000 ainda está muito jovem para a idade. Fruto q.b., cor impenetrante e acidez e frescura mediana. Está muito fechado de aromas mas muito vigoroso na boca, mas com o tempo no copo vai abrindo e dialogando. Sóbrio e sério. Ainda precisa de uns anos para chegar à meia idade. Muito bem.
Nota 17,5
2001. Para mim, o melhor Vale Meão. Um vinho distinto em qualquer parte do mundo. Muito musculado, estruturado, enérgico e viril. Perfeito nos aromas secundários, a barrica está muito discreta mas ainda mostra a sua elegância. Um vinho brutal. Lógicamente ainda está um pequeno monstro, não está pronto para ser bebido. Impressiona pela fantástica violência vestida de fraque.
Nota 18,5
2002. O ano não é famoso, mas a vontade de o provar era enorme. Mal o decantei, disse logo...Temos vinho. O mais subtil de todos, o mais elegante, o mais feminino(?). Um vinho fresco, com muito menos corpo que os outros em prova. Houve quem aplaudisse depois a excelente ligação com o Bacalhau al Aioli. Super equilibrado em todos os aspectos. Provavelmente vai ter uma lenta evolução tal é o balance. Um dos melhores 2002 do Douro? De certeza que sim.
Nota 18
2003. O ano da trela. 2003 foi um ano excelente no Douro, mas para Vinho do Porto. Os Douro's sempre se mostraram muito maduros, cheios de fruta, repletos de álcool. Neste Vale Meão, a Touriga Nacional marca um pouco o aroma, mas num perfil muito atractivo, lembrando a boa Touriga do Dão. A par deste aroma floral, a fruta aparece em grande quantidade. A boca confirma o previsto, um vinho pronto para beber, cheio e encorpado. Para mim, com fruta a mais.
Nota 17
2004. Um tinto nobre e uma vez mais diferente de todos os outros. Algum aroma de couro, ervas e flores. Muito clássico, com fruta q.b, barrica nova e toques florais de Touriga's. Uma perfeita parceria entre rusticidade e modernidade. Novo, novíssimo, com os taninos ainda presentes. A acidez é perfeita neste vinho. O final é longuíssimo e muito saboroso. Claramente Douro, claramente um grande Vinho.
Nota 18
2005. A bomba. Este Vale Meão está imutável desde o primeiro dia em que o provei (Setembro de 2007). Chocolate preto, químicos, violetas...alfazema. Um vinho exuberante, mineral e muito vaidoso. A boca já não está tão violenta, com acidez alta a segurar aquilo que se poderia tornar preocupante. A fruta, o corpo e os taninos bravos só não enjoam porque o vinho consegue ter um equilíbrio fantástico.
Um vinho que poderá evoluír muito bem e que na altura receba outros adeptos. Para já é para os que gostam de bombas!
Nota 17,5
2006. Um 2005 em diminutivo. Este vinho claramente perdeu face a todos os outros. Menos expressivo, apoiado na tosta da barrica e nas notas florais e expressivas da Touriga Nacional. Este e o 2003 foram os que mais Touriga me lembraram. Um pouco sem alma. É um bom vinho, mas longe de ser um vinhão.
Nota 16,5
Nota +++++ para o projecto Vale Meão 2007 e 2007 Vintage.
O menú proposto foi:
Para o Quinta de Porrais 2007, MUITO melhor que o 2005 e 2006.
Salmão Curado com Espuma de Aneto
Spring Roll de Cogumelos
Sformantino de Parmiggiano Reggiano
Lombinho de Bacalhau com Aioli
Empada de Vitela e Morcela
Panna Cota de Chocolate com Caramelo de Ananás.
Um momento fantástico, para mais tarde recordar... e porque não repetir?
Obrigado a todos pela vossa presença e pelo vosso entusiasmo.
Provei todos os vinhos com calma, ao início da tarde... e depois fui acompanhando a sua evolução ao longo da noite.
Foi notável a frescura e força que alguns vinhos ainda tinham. Em todos eles, obviamente falo dos 2005 para trás, os taninos estavam muito finos e elegantes. Alguns vinhos ainda estão a pedir garrafa, outros dão um belo prazer desde já. Nota-se que nestes vinhos ( ao contrário por exemplo de outros Douro's) a espinha dorsal não são os taninos duros e violentos, mas sim a acidez, equlíbrio e boas maturações é que parecem segurar o vinho na sua evolução.
1999. Quanto ao 1999, houve variações de garrafa para garrafa, explicado pelo Xito Olazabal que na altura não tinha uma linha de engarrafamento em condições. Há garrafas boas e garrafas menos boas. A boa mostrou um vinho num excelente momento de forma. É o Vale Meão de menor concentração na tonalidade. É também o mais "terroso", mais subtil e pronto para se beber. Não me parece que irá ganhar mais em cave.
Nota 17,5
2000. As diferenças de 1999 para 2000 são enormes para apenas um ano. O 2000 ainda está muito jovem para a idade. Fruto q.b., cor impenetrante e acidez e frescura mediana. Está muito fechado de aromas mas muito vigoroso na boca, mas com o tempo no copo vai abrindo e dialogando. Sóbrio e sério. Ainda precisa de uns anos para chegar à meia idade. Muito bem.
Nota 17,5
2001. Para mim, o melhor Vale Meão. Um vinho distinto em qualquer parte do mundo. Muito musculado, estruturado, enérgico e viril. Perfeito nos aromas secundários, a barrica está muito discreta mas ainda mostra a sua elegância. Um vinho brutal. Lógicamente ainda está um pequeno monstro, não está pronto para ser bebido. Impressiona pela fantástica violência vestida de fraque.
Nota 18,5
2002. O ano não é famoso, mas a vontade de o provar era enorme. Mal o decantei, disse logo...Temos vinho. O mais subtil de todos, o mais elegante, o mais feminino(?). Um vinho fresco, com muito menos corpo que os outros em prova. Houve quem aplaudisse depois a excelente ligação com o Bacalhau al Aioli. Super equilibrado em todos os aspectos. Provavelmente vai ter uma lenta evolução tal é o balance. Um dos melhores 2002 do Douro? De certeza que sim.
Nota 18
2003. O ano da trela. 2003 foi um ano excelente no Douro, mas para Vinho do Porto. Os Douro's sempre se mostraram muito maduros, cheios de fruta, repletos de álcool. Neste Vale Meão, a Touriga Nacional marca um pouco o aroma, mas num perfil muito atractivo, lembrando a boa Touriga do Dão. A par deste aroma floral, a fruta aparece em grande quantidade. A boca confirma o previsto, um vinho pronto para beber, cheio e encorpado. Para mim, com fruta a mais.
Nota 17
2004. Um tinto nobre e uma vez mais diferente de todos os outros. Algum aroma de couro, ervas e flores. Muito clássico, com fruta q.b, barrica nova e toques florais de Touriga's. Uma perfeita parceria entre rusticidade e modernidade. Novo, novíssimo, com os taninos ainda presentes. A acidez é perfeita neste vinho. O final é longuíssimo e muito saboroso. Claramente Douro, claramente um grande Vinho.
Nota 18
2005. A bomba. Este Vale Meão está imutável desde o primeiro dia em que o provei (Setembro de 2007). Chocolate preto, químicos, violetas...alfazema. Um vinho exuberante, mineral e muito vaidoso. A boca já não está tão violenta, com acidez alta a segurar aquilo que se poderia tornar preocupante. A fruta, o corpo e os taninos bravos só não enjoam porque o vinho consegue ter um equilíbrio fantástico.
Um vinho que poderá evoluír muito bem e que na altura receba outros adeptos. Para já é para os que gostam de bombas!
Nota 17,5
2006. Um 2005 em diminutivo. Este vinho claramente perdeu face a todos os outros. Menos expressivo, apoiado na tosta da barrica e nas notas florais e expressivas da Touriga Nacional. Este e o 2003 foram os que mais Touriga me lembraram. Um pouco sem alma. É um bom vinho, mas longe de ser um vinhão.
Nota 16,5
Nota +++++ para o projecto Vale Meão 2007 e 2007 Vintage.
O menú proposto foi:
Para o Quinta de Porrais 2007, MUITO melhor que o 2005 e 2006.
Salmão Curado com Espuma de Aneto
Spring Roll de Cogumelos
Sformantino de Parmiggiano Reggiano
Lombinho de Bacalhau com Aioli
Empada de Vitela e Morcela
Panna Cota de Chocolate com Caramelo de Ananás.
Um momento fantástico, para mais tarde recordar... e porque não repetir?
Obrigado a todos pela vossa presença e pelo vosso entusiasmo.