quarta-feira, julho 26, 2006

À mesa com Dirk Niepoort


Fugindo um pouco ao objectivo principal do meu projecto, tenho, devo, quero e preciso de aqui escrever um episódio marcante no meu pequeno percurso à volta do vinho.
Tudo começou com o facto de ter entrado de férias há menos de uma semana, e como tal decidi enviar um e-mail à Niepoort para visitar as caves tendo em vista uma pequena reportagem para publicar aqui no blog, e se possível conhecer e falar com o Dirk.

No dia a seguir quando ligo o computador, a resposta já lá estava e quando abri o mail fiquei perplexo. O Dirk além de ter aceite o convite para a visita, fez-me uma proposta para jantar com ele.

Pois, esse ar de espanto que estão a ter, eu também o tive.
E assim foi, aceitei e lá fui parar à mesa com o Dirk, sua esposa, com a sua pequenina Anita e com outros amigos.

O Dirk pelos vistos, além de ser exímio a fazer vinhos, na gastronomia também não deixa nada a desejar, antes pelo contrário.

Aqui segue a ementa proposta por ele:

Pimentos Padrón
Carpaccio de Atum com Lulas e Tabasco
Shitakes com Gnocchis
Risotto de Camarão
Salada de Agrião
Salada de Pepinos e natas
Queijos de Pasta Mole

Billecart Salmon Reserve Brut
Projectos Chardonnay 2004
Morgadio da Calçada Branco 2005
Morgadio da Calçada Tinto 2004
Marka 2002
Redoma Reserva 2004
Château Pontet-Canet Pauillac Gran Cru 2002
Morgadio da Calçada Ruby Reserva
Morgadio da Calçada Tawny
Niepoort (Vintage) 2005
Taylor’s Vintage Port 1970

Terminado o jantar, a conversa continuou animada cada vez mais num tom de harmonia, bem-humorada, onde por vezes as coisas lá se tornavam um pouco sérias e se falava de vinho, tudo sem cansar.

Mais tarde, Dirk levou-nos até a sua garrafeira, uma coisa incrível, senti-me nas nuvens, nunca tinha visto nada assim tão perfeito. Com o calor que se sentia cá fora, parecia que tínhamos entrado numa câmara frigorífica.

Quando voltamos o fumo percorreu a mesa, com umas cigarrilhas mini Cohibas, o Dirk apenas me disse, aquando o Taylor's Vintage 1970 foi servido:

"Tenta perceber esse vinho"

Para mim foi uma tarefa mais que complicada, no entanto inolvidável, inexplicável e marcante, a cor impressionava, apresentava uma cor ainda relativamente jovem, o nariz exuberante, elegante, fino, enfim... tudo aquilo que os grandes críticos dizem sobre grandes vinhos, este tinha de certeza.

Fico eternamente marcado por tudo isto que senti, descobri uma pessoa excelente, um nobre anfitrião, que gosta de ensinar, mas também de ouvir, e, se eu já era apaixonado pelo vinho apenas com as vivências que tinha, com este jantar, a paixão torna-se algo profundo e incapaz de se deteriorar.

Obrigado Dirk pelo melhor momento da minha vida à volta do vinho.

5 comentários:

  1. Caro Frexou

    Um grande abraço de parabens pela excelente crónica. Tocaste no que devias tocar, e não tocaste no que não devias tocar. Deve ter sido uma excelente experiência, e fiquei fã do Sr Dirk Nieport que pelo visto não se limita a ser um Senhor do Vinho, mas é um verdadeiro Senhor.

    Zé Tomaz

    ResponderEliminar
  2. Que experiência memorável!

    ResponderEliminar
  3. Imagino que tenha sido uma experiencia memoravel. E que grande demonstracao de classe pela parte do Dirk Niepoort, sim senhor!

    ResponderEliminar
  4. Já tinha avisado.
    Não há maior charme k o da Niepoort (y el gran Dirk es el major)

    saludos
    joão

    ResponderEliminar
  5. Foi um jantar verdadeiramente fantástico!!! :)

    ResponderEliminar

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.