sábado, setembro 30, 2006

Vertente 2003

Depois da grande experiência com o Charme 2004

Após 3 edições anteriores, e sempre com a elegância e qualidade a subir, Dirk Niepoort faz o Vertente 2003, com uvas seleccionadas da Quinta de Nápoles, com especial atenção para a Tinta Roriz, Touriga Franca, Touriga Nacional e Tinta Amarela, tendo depois o lote estagiado durante 12 meses em barricas de Carvalho Francês.

Com 13,5%vol., o vinho entra com um perfil aromático sério, multifacetado, ou seja, balsâmico, fresco, frutado com destaque para os frutos pretos, floral com algumas violetas aliados a uns toques da madeira muito bem integrados, tabaco, avelãs e baunilha.

Na boca, a complexidade mantém-se, elegante, cativante, estruturado com a componente fenólica a mostrar a boa maturação da uva (afinal de contas é um Douro 2003), com taninos presentes mas sem "chatearem" muito, tudo muito equilibrado e fino. O final de boca é denso, longo, com destaque para os torrados.

Nota 17

Preço 12 euros
Produção 12.000
Enólogo - Dirk Niepoort

quinta-feira, setembro 28, 2006

Casal da Coelheira Reserva 2003

A seguir ao Casal da Coelheira 2004, nada melhor que apresentar o Reserva 2003.
Desta feita, elaborado com Alicante Bouschet, Cabernet Sauvignon, Trincadeira e Touriga Nacional, ficando portanto excluido o Castelão do lote, por entrada da Touriga Nacional,onde 2/3 desse lote a estagiar em barricas de carvalho Francês e Americano.

Com uma cor granadina acentuada, e de boa concentração, o nariz é cativante, mais "sério" que o colheita, com boas entradas de frutos pretos, amoras, e também ameixa bem madura, mentol, ligeiro couro, e chocolate.

Na boca o vinho mostra um carácter algo rústico, com bom corpo, com os taninos a encherem a boca, com um perfil tostado aliado a boa fruta, com final seco e especiado, com boas notas de tabaco.

Nota 16

Outras boas colheitas: 2000
Preço 5,5 euros
Produção 22600
Enólogo - Nuno Falcão Rodrigues

Casal da Coelheira 2004

Variando um pouco na região, desta vez o Vinho da Casa vem do Centro Agrícola do Tramagal, da Quinta do Casal da Coelheira, é este colheita 2004 com um lote de Castelão, Alicante Bouschet, Cabernet Sauvignon eTrincadeira, com fermentação em lagares mecânicos, com 1/3 a estagiar depois em cascos de carvalho Americano.

Com 13,5%, apresenta uma bonita cor granadina de média concentração.
Os aromas a frutos vermelhos marcam o nariz, morango, cerejas, também com algum perfume e ligeiro toque fumado, que mostra boa integração da madeira no vinho, sem perturbar fazendo um vinho apelativo e fresco mas sem que a presença de leve vegetal é inevitável, com notas de pimentos verdes.

A boca confirma isso mesmo, um vinho jovem, fresco, frutado, com um final vegetal, com alguns frutos secos mas ligeiramente seco e adstringente, mostrando que os taninos estão cá. Talvez amacie com o tempo.

Ao preço de 3,50 euros, é sem dúvida uma boa opção daquela região, por sinal, a minha região de infância.

Nota 15

Outras boas Colheitas: 2003, 2000.
Preço 3,50 euros
Produção 120.000
Enólogo - Nuno Falcão Rodrigues

quarta-feira, setembro 27, 2006

Maior Apreensão de Sempre


"ASAE APREENDE 26 MILHÕES DE LITROS DE VINHO

A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), procedeu ontem, segunda-feira, dia 26 de Setembro, à apreensão de 26 milhões de litros de vinho de mesa tinto e rosado, a maior de sempre realizada em Portugal.

30 Brigadas da ASAE recolheram 2.060 amostras depois de inspeccionados 656 depósitos localizados em Lageosa do Dão (4,9 milhões de litros), no Bombarral (15,9 milhões de litros), em Olhalvo (2,6 milhões de litros), no Cadaval (1,7 milhões de litros) e na Gafanha da Nazaré (721 mil litros). As amostras serão agora analisadas no laboratório vitivinícola da ASAE.

Foi instaurado um processo-crime e o operador constituído arguido e sujeito a termo de identidade e residência.

Esta operação, denominada OPERAÇÃO ANFORA, vem na sequência de um processo de investigações que decorreram nos últimos seis meses, baseadas na falta de documentação relativa a aquisição e trânsitos de elevadas quantidades de vinho.

A Operação foi feita em colaboração com a Direcção Geral de Alfandegas e Impostos Especiais sobre Consumo e com a Direcção Geral de Contribuições e Impostos."
in www.asae.pt

quinta-feira, setembro 21, 2006

Serras de Azeitão 2005

Este campeão de vendas, quase nem precisa de apresentação.

Trata-se de um vinho da Bacalhôa, produzido a partir das castas Castelão, Aragonez, Merlot e Syrah, plantadas na Península de Setúbal com 13,5%.

Apresenta uma cor rubi escuro de boa concentração.

Com os frutos vermelhos a marcarem o inicio de prova, ameixa madura, cereja, melancia, com notas de borracha e ligeiro chocolate, tudo num perfil fresco e alegre.

Melhor no nariz que na boca, com taninos muito suaves, algo doce e guloso demais, apesar de apresentar uma componente vegetal, a fruta marca de novo a prova, com um final ligeiramente enjoativo e curto. Se não for bebido fresco ( 14ºC.), não cativa.

Ao preço de 2,5 euros, não é de rejeitar.

Nota 14.

Pinga do Torto 2003

Depois de ter sido aqui provado o Lagar de Macedos 2002 chega a hora do seu irmão mais novo ser provado.

Estou a falar do Pinga do Torto 2003, um vinho que tenta transmitir o Terroir das encostas do Torto, proveniente de vinhas velhas, com as castas Tinta Roriz, Touriga Nacional e Touriga Franca, com 40% do lote a estagiar em cascos de carvalho Americano durante 5 meses e com 14,5%.

De cor quase preta, com grande concentração, o vinho mostra um primeiro impacto floral aliado a umas ligeiras notas especiadas e baunilha. Denota-se um perfil balsâmico mas também com muitos frutos pretos, num perfil equilibrado e convidativo, com a fruta a saltitar no copo, tudo muito aberto.

Na boca, a história muda por breves instantes, sente-se um vinho austero, com taninos aguerridos, sem ser desconcertante pois a estrutura e os 14,5% conseguem trazer algum equlibrio à componente fenólica. No entanto rapidamente se mostra um pouco "madurão" com muita fruta em compota e um ligeiro toque doce. À excepção do excesso de fruta o final é de boa qualidade, ficando umas nuances abaunilhadas elegantes.
Beba-se fresco, a 15ºC.

Nota 16.

quarta-feira, setembro 13, 2006

Um fim de tarde na Graham's

Começaram as aulas novamente...
Todos os dias as 8:30.

Enfim, mas nem tudo são tristezas. Penso que nada melhor haverá do que a seguir a um dia de aulas fazer uma visita a uma cave ali do lado de lá do rio Douro.

Para quem não conhece a Graham's tem o seu posto de turismo bem distante das outras Caves de Vinho do Porto, lá em baixo.
Fica num belo cenário na encosta da Arrábida virada a Este, com vista bi-partida entre Porto e Gaia, fazendo parecer que temos o rio Douro aos nossos pés.

Com a companhia do António Torres, além de muita conversa, provei 3 vinhos da Graham's.

Graham's Six Grapes - Um vinho feito de um blend de vários "sumos de uva" que poderiam ter originado Vintage's, que se apresentou muito floral e fresco, com alguma finura na boca, bem vivo, com predominância de frutos pretos e com um final agradável. Perfeito para o preço e para o estilo de vinho, afinal de contas estamos a falar de um Ruby! Também não é para menos, a Revista de Vinhos só o elegeu como melhor Ruby Reserva há uns meses atrás.


Graham's 20 anos - Nuances alaranjadas, com boa entrada no nariz, amendoado, tostado, com ligeiro mel. Na boca a predominancia dos aromas mais quentes mantém-se no entanto com a presença clara de frutos vermelhos, o que trás ao vinho uma frescura incrível, e um final longo e extremamente especiado.

Surpresa das supresas, aparece então na mesa um Vintage Port 1983, por sinal um Vintage do ano da Joana, a tal que me acompanha sempre nestes momentos difíceis da vida, nem que seja pra levar o carro!
Uma palavra de apreço à minha namorada por me conduzir!

Graham's Vintage Port 1983- Bonita cor rubi com reflexos avermelhados, um nariz intenso e complexo, com predominancia nos frutos vermelhos e ainda alguma menta. Na boca o vinho, compacto e bem elegante, com muita fruta ainda, mostrando a presença de alguns taninos que lhe podem conferir mais alguns tempos de garrafa.
Termina longo e com toques de chocolate.
Que belo fim de tarde.

segunda-feira, setembro 11, 2006

Charme 2004

Depois da estreia em 2000, e da grande confirmação em 2002, aparece novamente um novo Charme da colheita de 2004, produzido pelas mãos de Dirk Niepoort, herdeiro duma das mais prestigiadas casas de Vinho do Porto, embora só tenha sido fundada em 1842...

Um vinho produzido com o engaço todo com as castas tradicionais do Douro, com vinhas entre 70 a 100 anos, todas localizadas no Vale de Mendiz onde predomina a presença de Tinta Roriz e Touriga Franca.
Tem um estágio de 15 meses em barricas de 228 litros, e foram cheias 4500 garrafas.

O vinho apresentou uma bonita cor violácea de boa concentração, com um aroma profundo e bastante fechado.

Após decantação, o nariz elegante mostra notas de hortelã, pistacho, amendoa e com notas tostadas de grande qualidade, mostrando uma excelente madeira, bem entrelaçada nos aromas florais, com notas de violetas e chá. Em segundo plano aparecem aromas mentolados e ligeiro tabaco.

Na boca o vinho apresenta uma classe enorme, conseguindo ser explosivo, com taninos bem educados, mas enchendo a boca de seda e de excelentes notas de fruto preto com um final onde as notas da madeira aparecem, com algumas especiarias, terminando longo e aveludado, com uma boa acidez o que lhe confere alguma frescura.
Grande, grande final.

Charmoso, o nome fica-lhe a matar.


Nota 18,5.

domingo, setembro 10, 2006

Vinho da Casa e Copo de 3 juntos

No pico do calor, decidi descer até terras de Vila Viçosa para conhecer o famoso Alentejano, provar, falar e até claro está beber vinho com ele.

Ora, após uma breve visita à Cooperativa de Borba e já com uma tábua de enchidos em casa do João Pedro, foram provados 2 vinhos brancos e 2 vinhos tintos do Alentejo e do Douro.

O primeiro branco sugerido pelo João foi o Dom Januário 2005, um vinho com um nariz correcto, com toques tropicais, leve e com um final de boca curto e ligeiramente doce, talvez pela falta de acidez, mas numa região tão quente como o Alentejo já se sabe.

O branco trazido por mim, foi um dos brancos do Douro que mais me chamou à atençao no decorrer deste ano, mas que ainda não tinha sido alvo de crítica pela minha parte.
Estou a falar do Ázeo 2005, de cor límpida e brilhante com um nariz exuberante, com notas primaveris, relva cortada, algum fruto citrino e ligeiro fumado, com uma acidez equilibrada, com uma boca gorda e elegante, estruturado e com um bom final perfumado.

De papo em papo, como se diz em brasileiro, partimos para os tintos, e aí o "Duelo" foi bem mais interessante, tanto eu como o João trouxémos dois vinhos interessantes e de qualidade, ambos de 2003.

Trazido pelo João, o Azamor mostrou-se tudo menos "Alentejano", com um nariz de boa intensidade, com notas farmaceuticas, frutos pretos e algum chocolate preto e pequenas notas mentoladas. Na boca o cenário é muito positivo, boa acidez, fresco, denso e com boas notas especiadas no final de boca. A acidez deste vinho é de realçar, estava muito bem integrada no vinho.

Voltando para o Douro, apresentei o Vertente, que se mostrou complexo de aromas, com notas de barrica bem presentes, com frutos secos, baunilha, torrados e mel aliadas a uma presença floral Duriense, com perfume de Violetas, com a fruta preta remetida para segundo plano, mas que conjuga como já disse, um nariz complexo e vibrante.
Na boca a presença dos taninos elegantes em casamento com uma excelente densidade, fazem um vinho nobre, com um belo final de boca, longo e equilibrado.
Um vinho muito bem feito.
Por último, resta-me apenas agradecer ao Alentejano a sua boa disposição e a sua disponibilidade para me ter aturado a mim e à minha namorada até altas horas da noite na conversa. Penso que ele não se terá importado muito, pois como se diz em bom Português:
" O gajo fala comó raio"
Um abraço!
PS: Sei que isto está muito parado, mas não tenho tido acesso à internet com facilidade, estou à espera dos "homens da Clix", no entanto prometo que esta semana actualizarei o Blog em condições.