sábado, outubro 28, 2006

Alvarinho





Sempre ao longo do rio Minho, desde Melgaço até Monção, são inúmeros os produtores de Alvarinho, a mais nobre casta branca portuguesa. Talvez se as castas tivessem parentescos, esta seria irmã da Touriga Nacional.



Durante este verão, desloquei-me até Melgaço, tendo ficado instalado na nova e excelente Pousada da Juventude, mesmo em frente ao parque desportivo de Melgaço.

Fiquei impressionado com a grandeza de alguns produtores, pois alguns apenas têm uma garagem onde fazem os seus vinhos, mas aquilo que demonstram e aquilo que reflectem é uma enorme paixão e uma enorme entrega à vinha.





Não querendo individualizar nenhuma casa, agradeço a todas elas a enorme e simpática disponibilidade que tiveram para comigo.





Em 2 dias apenas de visita, optei por:



Soalheiro

Touquinheiras


Solar de Serrade

Quinta do Regueiro

Provam

Encostas de Paderne

Casa do Capitão-Mor

Quintas de Melgaço





Vou publicar apenas os vinhos de 2005 que provei.

Mais tarde publicarei 3 ou 4 vinhos de 2004.



As expectativas eram elevadas, e os resultados acabaram por corresponder.

As minhas notas situaram-se entre os 15,5 e os 17 valores, o que demonstra uma qualidade muito boa.



Casa do Capitão-Mor 2005
Boa entrada floral, com malmequeres, aliada a notas de limão, ananás, banana e um toque interessante de bolacha maria.
Na boca o vinho mostra alguma doçura, mas sem ser pesado, pois tem uma acidez alta bem contrabalançada, com um final longo e frutado com notas de rebuçado.
Nota 16


Encostas de Paderne 2005
Entrada algo irreverente, mostrando muita juventude, com notas de laranja, manga, pimenta branca, vegetal e austero.
Na boca, com bom corpo, glicerinado, o vinho mostra-se algo desconcertante, com uma acidez algo elevada, algo enjoativo, querendo-nos dizer que precisa de acalmar em garrafa, pois o perfil é bom, e com certeza que irá melhorar. A nota deveria ser provisória pois de certeza que num espaço de 2/3 meses o resultado seria melhor. No entanto para já atribuo esta nota.
Nota 15,5


Portal do Fidalgo 2005
Boa entrada fumada, com notas de fruta em calda, alguma maçã cozida e um ligeiro vegetal, tudo muito composto e exuberante.
Com um ligeiro adocicado na boca, untuoso e com a acidez comedida, tem um bom peso, não se mostrando muito virado para o verão, mas sim para um bom prato. Tem um final longo, elegante e floral.
Nota 16,5


Quinta do Regueiro 2005
Nariz extremamente elegante e fino, com um bom perfil fumado, alguma bolacha, lima, herbáceo e com boas notas florais, mostrando um nariz limpo e muito convidativo.
Encorpado e equilibrado, com a acidez bem integrada, com forte componente mineral, trazendo frescura com um final seco, com complexidade, de bom nível.
Nota 17


Soalheiro 2005
Mais uma entrada nervosa no nariz, mostrando que ainda terá pouco tempo de garrafa, com um perfil muito próprio, primaveril, com notas de pólen e alguma grafite, e com lembranças de melão.
De acidez bem vincada, ainda que ligeiramente exposta, mas com um corpo untuoso e de bom volume, limonado e muito fresco, permitindo um final seco e vegetal.
Talvez mais uns meses de cave e comece a ficar em perfeito equilíbrio.
Nota 16


Solar de Serrade 2005
Outro com perfil muito seu, com um nariz lembrando torradas com manteiga, pêssego e manga, perfumado e floral, tudo muito equilibrado e com alguma complexidade.
Na boca a acidez está bem presente, embora apareçam ligeiras notas adocicadas, com algum mel e fruta madura, mas permitindo um bom final mineral e elegante.
Nota 16,5


Touquinheiras 2005
A sua exuberância e falta de vergonha impressionam. Perfumado, floral e com notas de limão, laranja, ananás, deixando no ar um aroma de um jardim na primavera.
Na boca, embora expressivo é mais envergonhado que no nariz, com uma boa acidez, estruturado, harmonioso, lembrando ananás e rebuçado, oferece um bom final especiado e perfumado.
Nota 17

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