"Batuta é um vinho de extremos, que deve sempre conciliar concentração com elegância, taninos presentes mas muito finos, frescura bastante para proporcionar um fim de boca muito longo. Tem como base a vinha do Carril, com mais de 70 anos virada a norte que permite maturações mais lentas e mais equilibradas. Esta vinha tem um aspecto muito curioso: os seus solos são atravessados por lençóis de água, tornando os terrenos menos secos do que é habitual na região o que permite maturações mais lentas, principalmente em anos quentes e secos. Estas vinhas raras no Douro têm produções diminutas, e o facto de ser um vinho que exige uma atenção e rigor excessivos em todas as fases, torna o processo complicado e dispendioso... O Batuta 2004 é um vinho extraordinário que resulta de uma vinificação delicada, de macerações levadas ao limite onde todos os detalhes são levados em conta, para que se obtenha um vinho complexo fino e elegante. O resultado é um vinho de grande equilíbrio, profundo e denso e ao mesmo tempo fresco e muito longo, só possível num ano equilibrado como foi 2004."
O Batuta é actualmente o vinho de topo da Niepoort, com uma produção considerável, tendo em conta a situação dos grandes Douro's. 12.000 garrafas que fazem os olhos de qualquer enófilo brilhar assim que se rasga a cápsula laranja. Lá dentro está um lote de castas durienses da vinha que tem cepas entre 60 e 120 anos. O estágio é feito durante 20 longos meses em barricas de Carvalho Francês, parte delas, novas.
É favor desligar os telemóveis e só aplaudir no fim.
1ª parte
Com 14%Vol. o vinho mostra uma cor granada brilhante de boa concentração, mas não preto.
No nariz, ultra-fino e complexo, o fruto vermelho, morango e framboesas misturam-se com violetas, envolvidos por raspas de cacau e toffee. A complexidade do vinho é assustadora, pois de cada vez que damos uma volta no copo e levamos o nariz, ele parece querer-nos mostrar algo mais. É como se fosse cada elemento de uma orquestra a solar na sua vez. Especiaria, noz moscada, mineralidade q.b. e algum veludo ( não sei muito bem explicar este aroma ), dá-nos a sensação de elegância extrema numa tosta dada pela barrica de grande nível.
2ª parte
Na boca, de entrada fresca e mineral, estruturado e perfeitamente geométrico, tudo está a toque de batuta dada pelo maestro. Os taninos, trazem ao concerto o lado da percussão, mas num tom pianíssimo, pois tal é a finesse. Acidez alta e perfeitamente ligada a um perfil balsâmico, trazendo o grupo dos metais ao palco. O grupo das madeiras entra no concerto com a barrica a mostrar-se uma vez mais em perfeita ligação com o vinho, dando uma harmonia brutal no conjunto tostado/mineral/floral. Café, especiarias e lembranças de seda. Final refrescante, longo e sedoso, com toda a orquestra em allegro.
3ª parte
É um vinho excelente, milimétrico, e que mostra uma vez mais a qualidade dos vinhos Niepoort. Pleno de elegância, luxo e requinte. Merece até um coral para o embelezar. O único contra é quando se vê o fundo da garrafa, maldito Requiem. Afinadíssimo, só Mozart conseguia melhor.
Bis Bis Bis!
Nota 18
Produção 12.000 garrafas
PS - Embora pareça contraditório, acabei por dar 18,5 ao Redoma 2004. Penso que a diferença baseia-se no prazer que ele nos dá. Sendo o Batuta seja mais afinado e requintado, o Redoma tem um perfil que me agrada mais. É mais carnudo, mais Douro.
O Batuta é actualmente o vinho de topo da Niepoort, com uma produção considerável, tendo em conta a situação dos grandes Douro's. 12.000 garrafas que fazem os olhos de qualquer enófilo brilhar assim que se rasga a cápsula laranja. Lá dentro está um lote de castas durienses da vinha que tem cepas entre 60 e 120 anos. O estágio é feito durante 20 longos meses em barricas de Carvalho Francês, parte delas, novas.
É favor desligar os telemóveis e só aplaudir no fim.
1ª parte
Com 14%Vol. o vinho mostra uma cor granada brilhante de boa concentração, mas não preto.
No nariz, ultra-fino e complexo, o fruto vermelho, morango e framboesas misturam-se com violetas, envolvidos por raspas de cacau e toffee. A complexidade do vinho é assustadora, pois de cada vez que damos uma volta no copo e levamos o nariz, ele parece querer-nos mostrar algo mais. É como se fosse cada elemento de uma orquestra a solar na sua vez. Especiaria, noz moscada, mineralidade q.b. e algum veludo ( não sei muito bem explicar este aroma ), dá-nos a sensação de elegância extrema numa tosta dada pela barrica de grande nível.
2ª parte
Na boca, de entrada fresca e mineral, estruturado e perfeitamente geométrico, tudo está a toque de batuta dada pelo maestro. Os taninos, trazem ao concerto o lado da percussão, mas num tom pianíssimo, pois tal é a finesse. Acidez alta e perfeitamente ligada a um perfil balsâmico, trazendo o grupo dos metais ao palco. O grupo das madeiras entra no concerto com a barrica a mostrar-se uma vez mais em perfeita ligação com o vinho, dando uma harmonia brutal no conjunto tostado/mineral/floral. Café, especiarias e lembranças de seda. Final refrescante, longo e sedoso, com toda a orquestra em allegro.
3ª parte
É um vinho excelente, milimétrico, e que mostra uma vez mais a qualidade dos vinhos Niepoort. Pleno de elegância, luxo e requinte. Merece até um coral para o embelezar. O único contra é quando se vê o fundo da garrafa, maldito Requiem. Afinadíssimo, só Mozart conseguia melhor.
Bis Bis Bis!
Nota 18
Produção 12.000 garrafas
PS - Embora pareça contraditório, acabei por dar 18,5 ao Redoma 2004. Penso que a diferença baseia-se no prazer que ele nos dá. Sendo o Batuta seja mais afinado e requintado, o Redoma tem um perfil que me agrada mais. É mais carnudo, mais Douro.
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