Fui há duas semanas até Pinhanços, no sopé da Serra da Estrela. Entre caminhadas, passeatas a pé, e claro como qualquer bom português, quem vai à Serra tem que ir lá acima! Entrei por Seia e só saí em Gouveia! Foram mais de 100 kms percorridos com calma, tentando absorver tudo de bom que a Estrela tem para nos dar. Riachos, plantas bonitas, nascentes, pedacinhos de neve, lebres, raposas e até um pequeno ouriço se meteu à frente do meu bólide. Quando dei por mim já era de noite e ainda estava em Manteigas. Juro pela minha saúde que nunca mais farei a estrada de Manteigas para Gouveia de noite! É um autêntico massacre. Curvas e curvas sempre a subir e a descer com nuvens metediças a taparem-nos a visão sem nos avisar.
Bem mas falemos de vinhos.
Álvaro de Castro tem na aldeia de Pinhanços a Quinta de Saes, Quinta da Pellada e Quinta da Passarela. Como pessoa inovadora que é, decidiu há já algumas colheitas atrás arrancar com este vinho, oriundo das melhores vinhas da Passarela com as melhores da Pellada e chamou-lhe portanto PaPe. A vinificação é feita em conjunto, ao contrário por exemplo do Dado, onde os lotes só são misturados já na altura do estágio. Outra curiosidade neste Pape, é o lote das castas, 50% de Baga e 50% de Touriga Nacional. A Baga no Dão parece comportar-se de forma mais madura, enquanto que a Touriga Nacional, originária talvez desta região, mostra-se mais fina, mais floral e mais elegante aqui que em qualquer região portuguesa.
Após fermentação em inox, o lote estagia 14 meses em barricas de Carvalho Francês Allier.
Com 13,5%Vol o vinho tem uma concentrada cor rubi, cheia de vivacidade.
No nariz, alegremente floral, com violetas a inundarem o aroma, alfazema, esteva, fruto silvestre, balsâmico e um curioso aroma químico lembrando glicerina. Este aroma muito fresco está bastante harmonioso, super exuberante, onde a madeira de grande elegância se mostra, com uma tosta muito fina e notas de chocolate amargo.
Na boca, encorpado, austero e com muita garra mas sem pesar, pois a frescura balsâmica e a excelente acidez suportam toda esta juventude taninosa, onde os frutos silvestres voltam a aparecer, bem ligados a notas de baunilha e cedro. Final claramente ascendente de boa duração, com a tosta da madeira a vir ao de cima. Se houvesse aqui um pouco mais de complexidade, por troca da exuberância aromática, poderia estar aqui um grande vinho, ainda assim até pode vir a ser digno desse nome. Para já, está ainda um pouco monocórdico. De certeza que irá melhorar em garrafa. Aguarde-se e os momentos de prazer serão enormes.
Nota 17,5
Resta-me agradecer ao bom tempo que esteve enquanto estive na Serra, ao João Chêdas pelo convite que me fez e à simpatia da Maria Castro ( filha de Álvaro de Castro) pela excelente visita que nos proporcionou à Quinta da Pellada.
PS - Que belo turismo rural que dava a centenária Quinta da Pellada.
Bem mas falemos de vinhos.
Álvaro de Castro tem na aldeia de Pinhanços a Quinta de Saes, Quinta da Pellada e Quinta da Passarela. Como pessoa inovadora que é, decidiu há já algumas colheitas atrás arrancar com este vinho, oriundo das melhores vinhas da Passarela com as melhores da Pellada e chamou-lhe portanto PaPe. A vinificação é feita em conjunto, ao contrário por exemplo do Dado, onde os lotes só são misturados já na altura do estágio. Outra curiosidade neste Pape, é o lote das castas, 50% de Baga e 50% de Touriga Nacional. A Baga no Dão parece comportar-se de forma mais madura, enquanto que a Touriga Nacional, originária talvez desta região, mostra-se mais fina, mais floral e mais elegante aqui que em qualquer região portuguesa.
Após fermentação em inox, o lote estagia 14 meses em barricas de Carvalho Francês Allier.
Com 13,5%Vol o vinho tem uma concentrada cor rubi, cheia de vivacidade.
No nariz, alegremente floral, com violetas a inundarem o aroma, alfazema, esteva, fruto silvestre, balsâmico e um curioso aroma químico lembrando glicerina. Este aroma muito fresco está bastante harmonioso, super exuberante, onde a madeira de grande elegância se mostra, com uma tosta muito fina e notas de chocolate amargo.
Na boca, encorpado, austero e com muita garra mas sem pesar, pois a frescura balsâmica e a excelente acidez suportam toda esta juventude taninosa, onde os frutos silvestres voltam a aparecer, bem ligados a notas de baunilha e cedro. Final claramente ascendente de boa duração, com a tosta da madeira a vir ao de cima. Se houvesse aqui um pouco mais de complexidade, por troca da exuberância aromática, poderia estar aqui um grande vinho, ainda assim até pode vir a ser digno desse nome. Para já, está ainda um pouco monocórdico. De certeza que irá melhorar em garrafa. Aguarde-se e os momentos de prazer serão enormes.
Nota 17,5
Resta-me agradecer ao bom tempo que esteve enquanto estive na Serra, ao João Chêdas pelo convite que me fez e à simpatia da Maria Castro ( filha de Álvaro de Castro) pela excelente visita que nos proporcionou à Quinta da Pellada.
PS - Que belo turismo rural que dava a centenária Quinta da Pellada.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.