segunda-feira, novembro 06, 2006

Relatório do Encontro

Pela primeira vez, o Vinho da Casa visitou o Encontro com o Vinho, fazendo no total 700 kms, mas que valeram a pena, quer para apertar um bacalhau ao Copo de 3, ao chefe do COV, ao Pingas no Copo, e ao Lapas que veio dos Açores ( até me mandou a boca, pois ele só demora 2 horas a lá chegar! O Lancia Y com pneus de bicicleta raramente levanta vôo por isso demora cerca de 3 horas...)

Valeu também a pena para falar com alguns produtores pela primeira vez, outros para me aturarem mais uma vez.

Falando de vinhos, fiz como previsto uma volta geral pelos vinhos brancos, tendo-me ficado na memória os seguintes.

Tapada dos Coelheiros Chardonnay 2005
Luís Pato Vinha Formal 2005
Madrigal 2005

Gouvyas Reserva 2004
Redoma Reserva 2005
Quinta das Maias Reserva 2004
Quinta de Sanjoanne Escolha 2003
Cova da Ursa 2005
Louis Latour Meursault 2002
Schloss Gobelsburg Steinsetz 2005

Tintos provei muito poucos.

Pequeno João 2005
Herdade das Servas Aragonês 2004
Herdade das Servas Touriga Nacional 2004
Herdade das Servas Reserva 2004
Batuta 2004
Charme 2004
Sirius 2003
Xisto 2004
Poeira 2004
Quinta da Costa 2004
3 Bagos Grande Escolha 2004?


Vintages, houve quem me dissesse que fazia bem à constipação, por isso estes não cuspi:

Dow’s Senhora da Ribeira 2004
Niepoort 2003
Quinta do Vesúvio 2004
Taylor’s Quinta de Vargellas 2004
Taylor’s 2003
Fonseca Guimaraens 2004

Fonseca 1988

Outros tipos de vinhos, alguns que nunca tinha provado

Kracher Auslese 2003
Kracher Beerenauslese Cuvée 2005
Filipa Pato IceWine 2005
MR Telmo Rodriguez
Royal Tokaji Ats Cuvée Late Harvest 03



Foi uma tarde muito bem passada, e que terminou com uma sandes de presunto de barrancos que me reconfortou o estômago. Deixo aqui os meus parabéns e agradecimentos à organização, às "barraquinhas" da Vinho&Coisas que foi excepcional, e a todos os que me aturaram nos outros stands.

Para o ano se tudo correr bem, lá estarei, e sem pingas no nariz de preferência.

terça-feira, outubro 31, 2006

O Evento

Pois é, aproximam-se os grandes dias do vinho português.

O Encontro Com o Vinho e Com os Sabores irá decorrer no dia 4 e 5 de Novembro no Centro de Congressos de Lisboa para o público em geral e no dia 6 só para profissionais.

O horário será das 13 às 21, e terá de ser adquirido um ingresso no valor de 10 euros com oferta de copo de prova.

É um evento organizado pela Revista de Vinhos, e irá contar com cerca de 200 produtores de vinho e de produtos gastronómicos e terá qualquer coisa como 1000 vinhos em prova.

Para quem, como eu, só tiver disponibilidade para ir um dia, sugiro que façam o seguinte roteiro, não muito exaustivo. Não se esqueçam é de cuspir, senão o caldo entorna-se.

Entrem pelas 14, para não pensarem que somos japoneses, pois afinal não é um lançamento dum novo livro do Harry Potter.

14:00 - 15:45 Espumantes e Brancos e Rosés
15:45 - 16:00 Pausa pra trincar qualquer coisa
16:00 - 18:00 Tintos
18:00 - 19:00 Visitar o espaço dos Sabores e voltar a reabastecer a nave
19:00 - 20:00 Portos, Colheitas Tardias, Moscatéis etc... Aqui neste último ponto já não é obrigatório cuspir!


Eu estarei lá no sábado.

sábado, outubro 28, 2006

Alvarinho





Sempre ao longo do rio Minho, desde Melgaço até Monção, são inúmeros os produtores de Alvarinho, a mais nobre casta branca portuguesa. Talvez se as castas tivessem parentescos, esta seria irmã da Touriga Nacional.



Durante este verão, desloquei-me até Melgaço, tendo ficado instalado na nova e excelente Pousada da Juventude, mesmo em frente ao parque desportivo de Melgaço.

Fiquei impressionado com a grandeza de alguns produtores, pois alguns apenas têm uma garagem onde fazem os seus vinhos, mas aquilo que demonstram e aquilo que reflectem é uma enorme paixão e uma enorme entrega à vinha.





Não querendo individualizar nenhuma casa, agradeço a todas elas a enorme e simpática disponibilidade que tiveram para comigo.





Em 2 dias apenas de visita, optei por:



Soalheiro

Touquinheiras


Solar de Serrade

Quinta do Regueiro

Provam

Encostas de Paderne

Casa do Capitão-Mor

Quintas de Melgaço





Vou publicar apenas os vinhos de 2005 que provei.

Mais tarde publicarei 3 ou 4 vinhos de 2004.



As expectativas eram elevadas, e os resultados acabaram por corresponder.

As minhas notas situaram-se entre os 15,5 e os 17 valores, o que demonstra uma qualidade muito boa.



Casa do Capitão-Mor 2005
Boa entrada floral, com malmequeres, aliada a notas de limão, ananás, banana e um toque interessante de bolacha maria.
Na boca o vinho mostra alguma doçura, mas sem ser pesado, pois tem uma acidez alta bem contrabalançada, com um final longo e frutado com notas de rebuçado.
Nota 16


Encostas de Paderne 2005
Entrada algo irreverente, mostrando muita juventude, com notas de laranja, manga, pimenta branca, vegetal e austero.
Na boca, com bom corpo, glicerinado, o vinho mostra-se algo desconcertante, com uma acidez algo elevada, algo enjoativo, querendo-nos dizer que precisa de acalmar em garrafa, pois o perfil é bom, e com certeza que irá melhorar. A nota deveria ser provisória pois de certeza que num espaço de 2/3 meses o resultado seria melhor. No entanto para já atribuo esta nota.
Nota 15,5


Portal do Fidalgo 2005
Boa entrada fumada, com notas de fruta em calda, alguma maçã cozida e um ligeiro vegetal, tudo muito composto e exuberante.
Com um ligeiro adocicado na boca, untuoso e com a acidez comedida, tem um bom peso, não se mostrando muito virado para o verão, mas sim para um bom prato. Tem um final longo, elegante e floral.
Nota 16,5


Quinta do Regueiro 2005
Nariz extremamente elegante e fino, com um bom perfil fumado, alguma bolacha, lima, herbáceo e com boas notas florais, mostrando um nariz limpo e muito convidativo.
Encorpado e equilibrado, com a acidez bem integrada, com forte componente mineral, trazendo frescura com um final seco, com complexidade, de bom nível.
Nota 17


Soalheiro 2005
Mais uma entrada nervosa no nariz, mostrando que ainda terá pouco tempo de garrafa, com um perfil muito próprio, primaveril, com notas de pólen e alguma grafite, e com lembranças de melão.
De acidez bem vincada, ainda que ligeiramente exposta, mas com um corpo untuoso e de bom volume, limonado e muito fresco, permitindo um final seco e vegetal.
Talvez mais uns meses de cave e comece a ficar em perfeito equilíbrio.
Nota 16


Solar de Serrade 2005
Outro com perfil muito seu, com um nariz lembrando torradas com manteiga, pêssego e manga, perfumado e floral, tudo muito equilibrado e com alguma complexidade.
Na boca a acidez está bem presente, embora apareçam ligeiras notas adocicadas, com algum mel e fruta madura, mas permitindo um bom final mineral e elegante.
Nota 16,5


Touquinheiras 2005
A sua exuberância e falta de vergonha impressionam. Perfumado, floral e com notas de limão, laranja, ananás, deixando no ar um aroma de um jardim na primavera.
Na boca, embora expressivo é mais envergonhado que no nariz, com uma boa acidez, estruturado, harmonioso, lembrando ananás e rebuçado, oferece um bom final especiado e perfumado.
Nota 17

terça-feira, outubro 24, 2006

Quinta de Cabriz Colh. Sel. 2003

Este próximo Vinho da Casa é parceiro de muitas mesas portuguesas, principalmente nas mesas do consumidor que gosta de vinho do Dão.

Está à venda em todo o lado e tem um bom preço, para além do Marketing que a Dão Sul impõe! E de Marketing vou começando a perceber qualquer coisa, pois a faculdade até serve para qualquer coisa! Se o Quinta de Cabriz fosse alvo de estudo de mercado, na matriz BCG de certeza que seria uma Cash Cow!

Bem devaneios à parte, pois escrevi apenas a última frase com o intuito que por mero acaso a minha prof de Marketing aqui apareça e me dê boa nota na frequência de ontem :)

Centremo-nos no vinho.

Decidi guardar esta colheita de 2003 por curiosidade para ver como evoluía. E como agora o Quinta de Cabriz passará apenas a chamar-se Cabriz, achei que era uma boa altura para prová-lo.

É um tinto com 13%VOL, com as castas Touriga Nacional, Alfrocheiro Preto, Tinta Roriz e com estágio em carvalho francês de segundo ano durante 6 meses.

Apresenta uma cor granada de média concentração, com alguns avermelhados de uma ligeira evoluçao quando se roda o copo.

Tem, no nariz uma entrada algo herbácea, com notas de menta e ligeiro fruto vermelho, cerejas e maça vermelha e um fundo mineral interessante. A madeira está presente mas discreta, com pequenas notas de fumo.

Na boca, o vinho mostra-se ainda com alguma frescura, acidez correcta. De realçar as notas de chocolate amargo e fruto vermelho, com um bom corpo, taninos macios, com um final de boca suave mas com umas ligeiras notas ferrosas que acabam por tornar a prova complicada, apesar de a rolha estar em boas condições.

Nota 14
Preço 3 euros

Parabéns Tio Pepe



O Vinho da Casa dá os parabéns à Garrafeira Tio Pepe pelos 20 anos!
É um espaço de referência da cidade do Porto, no que toca a vinhos claro!

Em jeito de comemorações a Tio Pepe, além da pequena festa que fez sexta-feira passada, que se tornou grande, pois as individualidades ligadas ao vinho eram tantas, (David Lopes Ramos, José Silva, Peter Symington, Dirk Niepoort, Luís Seabra, Nick Dellaforce, Jorge Moreira, Anselmo Mendes, entre outros) e os curiosos como eu também compareceram em grande número e que encheu completamente a Garrafeira, vai presentear-nos com uma semana repleta de excelentes provas.

Segunda-feira 23 Outubro - TAYLOR'S
Porto Chip Dry
Porto Tawny 20 Anos
Porto Qta das Vargelas Vintage 2004 ( Novidade )
Prova comentada por Raul Riba d´Ave
e ÁZEO
Vinho Douro Tinto 2004 ( Novidade )
Vinho Douro Branco 2005
Vinho Douro Rose 2005
Prova comentada pelo Enólogo João Brito e Cunha
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Terça-feira 24 Outubro - SYMINGTON

Vinho Douro Qta de Roriz Reserva 2003
Vinho Douro Prazo de Roriz 2005 ( Novidade )
Porto Qta de Roriz Vintage 2004 ( Novidade )
Porto Qta do Vesúvio Vintage 2004
Porto Dow´s Qta Senhora da Ribeira Vintage 2004
Vinho Douro Post Scriptum Tinto 2005 ( Novidade )
Vinho Douro Chryseia Tinto 2005 ( Novidade )
Prova comentada pelo Enólogo Charles Symington
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Quarta-feira 25 Outubro - NIEPOORT
Vinho Douro TIARA Branco 2005
Vinho Douro VERTENTE Tinto 2004 ( Novidade )
Vinho Douro REDOMA Tinto 2004 ( Novidade )
Vinho Douro CHARME Tinto 2004 ( Novidade )
Vinho Douro BATUTA Tinto 2004 ( Novidade )
Porto NIEPOORT L.B.V. 2001 ( Novidade )
Porto NIEPOORT Colheita 1995
Prova comentada por Dirk Niepoort
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Quinta-feira 26 Outubro - ANSELMO MENDES
Vinho Regional Minho QTA do AMEAL Arinto 2005 ( Novidade )
Vinho Verde ALVARINHO ( Feito com curtimenta) 2005 ( Novidade )
Vinho Verde PASSIONADA ( Doce natural ) Branco 2005 ( Novidade )
Vinho Douro Domingos Alves Sousa ABANDONADO Tinto 2004 ( Novidade )
Vinho Alentejo GROU Tinto 2005 ( Novidade )
Vinho Dão ANSELMO MENDES Tinto 2004 ( Novidade )
Vinho Dão ANSELMO MENDES Tinto 2005 ( Novidade )
Prova comentada pelo Enólogo Anselmo Mendes
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Sexta-feira 27 de Outubro - BAGO DE TOURIGA
Vinho Douro TERROSO Tinto 2004 ( Novidade )
Vinho Douro MONTEVALLE Branco 2005 ( Novidade )
Vinho Douro MONTEVALLE Reserva Tinto 2002
Vinho Douro GOUVYAS Reserva Branco 2004 ( Novidade )
Vinho Douro GOUVYAS Tinto 2004 ( Novidade )
Vinho Douro GOUVYAS Vinhas Velhas Tinto 2004 ( Novidade )
Prova comentada por João Roseira e o Enólogo Luís Soares Duarte
e LUÍS SOARES DUARTE
Vinho Douro PERFIL Tinto 2004 ( Novidade )
Vinho Douro MOMENTOS Tinto 2004 ( Novidade )
Prova comentada pelo Enólogo Luís Soares Duarte

Nota: As provas de Vinhos realizam-se todas às 18H00.


Eu estarei com certeza na prova de hoje, terça-feira e na de quarta-feira.

quinta-feira, outubro 19, 2006

Vega Sicilia

Para os grandes apreciadores, e para aqueles que gostam de provar vinhos míticos aqui do nosso vizinho do lado, informo-vos que a Vinho&Coisas, irá promover uma prova com os seguintes vinhos.


GRANDE PROVA VEGA SICILIA

Local: Wine Center Vinho&Coisas
Hora / Dia: 12.30 h, 21 de Outubro

Vinhos em Prova:
Vega Sicilia Valbuena 2001 - 1999 - 1997 -1996
Vega Sicilia Único 1995 - 1991 - 1990 - 1987

No final da prova, almoço no Degusto, com prova de outros vinhos deste produtor.

Preço/pessoa: 150 euros
Reservas: antonio.nora@vinhoecoisas.pt ou 22-9364362

Mais informações visitem o Site da Vinho&Coisas, aí no link na coluna da direita.

Como calcularão, eu não estarei presente, pois o preço é puxadote, apesar de reconhecer que não é caro. Mas como este ano as propinas são apenas 932 euros...

A aqueles que forem a fantástica prova, gostava que depois contassem a experiência.

Pontual Syrah 2003

Mais um Vinho da Casa, vindo do Alentejo, da Companhia de Vinhos do Alandroal.
Já tinha bebido este vinho em 2005, mas quis guardá-lo mais um anito para ver como se portava com 3 anos.

É um monocasta Syrah, feito pelo conhecido enólogo Paulo Fíuza Nigra, com um estágio de 10 meses em barricas de Carvalho Francês e Americano.

Com 13%Vol. apresenta um cor granada de ligeira concentração, límpida e brilhante com alguns rasgos de vermelho escuro, mostrando uma pequena evolução.

Tem um nariz bem aromático, convidativo e bem directo ao discurso, com alguma frescura e elegância, ao estilo Borgonhês, com um bom equilíbrio entre fruta e madeira, com notas de fruta vermelha fresca( cerejas, ameixas), erva seca, chá verde, chocolate preto e uma presença abaunilhada em grande plano.

Na boca, não muito encorpado, o vinho consegue mostrar tudo o que tem para dar, conseguindo satisfazer o palato, mostrando-se fresco e com alguma complexidade, aveludado, longe de ser cansativo com uma acidez bem integrada, taninos bem domados e com a fruta vermelha e as notas achocolatadas a fazerem um bom par, com alguns torrados, terminando com um final médio/longo especiado e com algum tabaco.

Nota 16,5


Para os adeptos de Syrah, aqui está mais um bom exemplo a cerca de 10 euros.
Em relação à prova de 2005, notei uma pequena melhoria, principalmente na parte aromática, este vinho mostrou-se agora mais exuberante.

segunda-feira, outubro 16, 2006

Aneto 2003

Vindo da freguesia de Castedo do Douro, o próximo Vinho da Casa é um vinho que deve o seu nome a uma planta que existe na vinha de onde as uvas provieram. A planta é a Aneto, da família das Umbelíferas, aromática e medicinal é considerada erva mágica, sendo mesmo usada para fazer a poção do amor.

Para os fundamentalistas do Terroir, quem nos garantirá que este vinho após o 2º ou 3º gole, não nos trará a paixão à flor da pele, ou mesmo coragem para nos declararmos a aquela pessoa que sempre andámos atrás. No meu caso, a minha estava bem perto, portanto foi difícil distinguir se foram os efeitos do Aneto, se a "normal" paixão que sinto... Bem deixemo-nos de historinhas...

O vinho tem um estágio de 12 meses em carvalho francês, após fermentação em lagares de granito.

Com as castas durienses, Touriga Franca (40%), Tinta Roriz(30%), Touriga Nacional (20%) e Tinto Cão(10%), apresenta 14%vol e uma bonita cor, de boa concentração, quase opaco e com ligeiros toques de púrpura no bordo do copo.

Após decantação, o aroma é cativante, envolvente, com um primeiro impacto químico, floral, madeira encerada,alguns arbustos,urze e rosmaninho. A madeira está presente, mas não em primeiro plano, notando-se ligeiras notas de baunilha.
Aparecem também aqui notas de frutos silvestres, mirtilios, amoras pretas,lembrando aquelas bagas acabadinhas de arrancar da planta, ainda com aquela ligeira camada de pó.

Na boca, o vinho entra com um perfil austero, com grande volume de boca, pedindo-nos pra que o mastiguemos, bem educado, acetinado, com taninos finos e com a acidez bem presente, trazendo uma frescura balsâmica ao vinho. As notas de tabaco, chocolate e o carácter especiado, permitem ao vinho, terminar com um final elegante e de grande comprimento.

Nota 17,5

Um excelente exemplo do Douro de 2003, sem grande excessos de fruta, apesar de ter 14%, é um vinho extremamente elegante e fino.
Aconselha-se a decantação prévia, para deixar o vinho abrir.

domingo, outubro 15, 2006

Graham's The Tawny

O Graham´s The Tawny é um lote especial, proveniente de vários vinhos envelhecidos em cascos nas caves de V.N. deGaia, entre 7 a 9 anos. Acaba por ser como um Tawny Reserva, sem indicação de data de colheita.

É um vinho com uma bonita cor âmbar com nuances de cor de mel, com ligeira lágrima. Apresenta um nariz com alguma complexidade, boas notas iniciais de figo maduro, laranja cristalizada, apelativo e fresco, com toques de café e amêndoa e curiosos aromas de meloa.

Na boca o vinho entra amendoado, não mostrando de ínicio muita doçura, estruturado com a acidez bem integrada. No entanto com o movimento do vinho na boca, o aparecimento de mel, damascos e figos, tudo com uma boa densidade, traz a doçura e o estilo "tawny" à memória outra vez.

Termina bem, com grande suavidade, especidado e nada enjoativo, pedindo apenas para ser servido fresco (12º) com uma boa sobremesa, ou simplesmente uma boa companhia para o disfrutar.

Dentro dos "tawny's" sem data de colheita, é de certeza uma excelente opção, justificando o preço, que anda na casa dos 15 euros.

Nota 17

quarta-feira, outubro 11, 2006

Aliança Clássico 2004


Este Vinho da Casa, feito pelas Caves Aliança na Região das Beiras, está à venda em quase todo o lado e faz dele um "campeão de vendas", apelidando mesmo o próprio produtor como um vinho tradicional. Feito com Tinta Roriz e Touriga Nacional e sem estágio em madeira.
Apresenta 13%vol. e uma cor granada de média concentração.

O nariz é algo envergonhado, com alguns aromas lácteos, a meu ver, a chatearem um pouco a prova, no entanto consegue-se obter algumas notas de violetas, fruta compotada e mesmo alguma grafite.

Na boca o vinho entra como se pedia ao estilo, suave, macio, algo delgado, com a acidez bem colocada, com notas de morangos e algum mel a fazerem um final de boca comedido. Um vinho sem defeitos, mas também sem grandes pretensões. Sinceramente não sou muito adepto deste tipo de vinhos, macios e redondos demais. Se calhar não sou do tempo do "vinho tradicional".
Mas ao preço dele, convenhamos que até se porta bem.

Nota 14

Preço- 2,30 euros

domingo, outubro 08, 2006

Quinta de Soalheiro 1999

Corria o ano de 1999 quando António Esteves Ferreira, decidiu meter qualquer coisa como 1200 litros de Alvarinho em barricas de Carvalho Francês a fermentar…

E assim nasceu o Quinta de Soalheiro 1999


Com 12,5%vol. e em garrafas de 0.5l o vinho apresenta agora em 2006, uma cor amarelo ouro carregada, com nuances alaranjadas.

O nariz é complexo e apelativo, com primeiro impacto de madeira molhada e mineral, pelo menos é assim que o caracterizo, seguido de bastante fruta ainda, com kiwi, maça verde mas também com boa presença vegetal, espargos, ligeiro eucalipto e talo de couve.

Na boca o vinho ainda se apresenta algo fresco, bem gordo, sem cansar, com uma presença mais que agradável da madeira, voltando aquele gosto de madeira molhada e untuoso a perfilar a prova de boca, terminando num final de média duração com alguma fruta.

Nada cansado o vinho, pois a componente aromática está bem viva e recomenda-se.

Nota 16,5


Penso que este pequeno tributo, pode ainda que minimamente ajudar a tentarmos mudar a nossa filosofia. O Alvarinho é uma casta portuguesa de grande potencial de envelhecimento.

Produzidas 2400 garrafas, tendo sido atribuída a mim o curioso nº 13.

Quinta do Judeu 2004

Este próximo vinho da casa, pode ter pelo menos algo que nos une, pois o seu produtor também tem um Blog!

É um vinho de quinta, produzido com Touriga Nacional e Touriga Franca com um estágio de 7 meses em barricas de Carvalho Francês mais 6 meses de estágio em garrafa antes de vir cá para fora para o mercado.

O Quinta do Judeu 2004, com 14%vol. apresenta uma cor violácea brilhante, de boa concentração e muito jovem.
O nariz é marcado por um fundo extremamente balsâmico e perfumado, com boas notas de frutos silvestres, framboesas e amoras pretas, tudo num perfil fresco e alegre, remetendo a madeira para um segundo plano.

Na boca, o vinho apresenta um perfil rústico, com taninos presentes mas afinados, bom volume de boca, permitindo uma boa prova de boca, mantendo um perfil fresco com a acidez bem trabalhada, com um final ligeiramente curto. Melhor no nariz que na boca.
Mas o que está feito, está bem feito.

Nota 15,5

Preço 15 Euros

terça-feira, outubro 03, 2006

Versus 2004

Ora bem, acabou de sair o guia 2007 do João Paulo Martins, em que no capítulo da Beira Interior, ele atribui um 15,5 a este tinto. Há uns meses atrás este vinho tinha sido apresentado pela Blue Wine com a nota de 17,5, e meus amigos, todos saberão que um 17,5 para a Blue Wine é obra! Pois está acima do Chryseia, ao nível do melhor branco português, o Redoma Reserva... enfim acima de muitos grandes vinhos portugueses.

Como tenho 2 garrafas na garrafeira, que comprei após o 17,5 ter sido anunciado, decidi provar o vinho, pois um 15,5 pelo JPM, pode não ser um vinho para grandes aparatos.

É um tinto da Beira Interior como já disse, com as castas mais nobres do Douro, Touriga Nacional, Touriga Franca , Tinta Roriz e Tinta Barroca o que por si só pode levantar alguma curiosidade, pois é terroir é imcomparável.

O vinho tem um fermentação de curtimenta com maceração em cubas de inox, à temperatura de 22ºC. Parte do lote estagiou em cascos de carvalho francês durante 9 meses, resultando num lote com 14º de alcoól.

A cor dele impressiona, opaca, quase preta com grandes rebordos violáceos.
O nariz é austero, com alguma complexidade, fresco, com grande destaque para as notas químicas, florais, mentoladas e algumas ligeiras notas de barrica, tudo muito equilibrado com um fundo de fruto preto de boa qualidade.

A boca confirma a frescura apresentada, com a acidez bem vincada, com um volume enorme, denso, com taninos com T grande, mas em equilibrio com a estrutura do vinho. Nota-se que o vinho foi muito bem trabalhado, com um longo final de fruta preta e ligeiramente seco. Talvez se a madeira estivesse um pouco mais presente poderíamos ter aqui um vinho elegantíssimo e de grande classe, para outros grandes vôos.

Assim ficará pela:

Nota 16,5

Preço 8 euros (5,4 nas feiras de vinho aproveitem)
Produção 23.000 garrafas
Enólogo - Anselmo Mendes e Pedro Bravo Faria.


Post Scriptum
Poderia-se esperar que eu lógicamente avaliasse este vinho com uma nota intermédia, para não levantar pó. Mas, as pessoas que me conhecem, sabem que não sofro de falta de personalidade, nem medo de atribuição de notas, pois até, maior parte dos vinhos que provo ainda não saíram nos guias, ou ainda não tinham saído à data, como foi o caso do Charme 2004 que teve nota 18,5 aqui e no Guia do JPM, por exemplo...
No entanto com este Versus não há volta a dar, anda mesmo, na minha opinião entre o 16 e o 17.

sábado, setembro 30, 2006

Vertente 2003

Depois da grande experiência com o Charme 2004

Após 3 edições anteriores, e sempre com a elegância e qualidade a subir, Dirk Niepoort faz o Vertente 2003, com uvas seleccionadas da Quinta de Nápoles, com especial atenção para a Tinta Roriz, Touriga Franca, Touriga Nacional e Tinta Amarela, tendo depois o lote estagiado durante 12 meses em barricas de Carvalho Francês.

Com 13,5%vol., o vinho entra com um perfil aromático sério, multifacetado, ou seja, balsâmico, fresco, frutado com destaque para os frutos pretos, floral com algumas violetas aliados a uns toques da madeira muito bem integrados, tabaco, avelãs e baunilha.

Na boca, a complexidade mantém-se, elegante, cativante, estruturado com a componente fenólica a mostrar a boa maturação da uva (afinal de contas é um Douro 2003), com taninos presentes mas sem "chatearem" muito, tudo muito equilibrado e fino. O final de boca é denso, longo, com destaque para os torrados.

Nota 17

Preço 12 euros
Produção 12.000
Enólogo - Dirk Niepoort

quinta-feira, setembro 28, 2006

Casal da Coelheira Reserva 2003

A seguir ao Casal da Coelheira 2004, nada melhor que apresentar o Reserva 2003.
Desta feita, elaborado com Alicante Bouschet, Cabernet Sauvignon, Trincadeira e Touriga Nacional, ficando portanto excluido o Castelão do lote, por entrada da Touriga Nacional,onde 2/3 desse lote a estagiar em barricas de carvalho Francês e Americano.

Com uma cor granadina acentuada, e de boa concentração, o nariz é cativante, mais "sério" que o colheita, com boas entradas de frutos pretos, amoras, e também ameixa bem madura, mentol, ligeiro couro, e chocolate.

Na boca o vinho mostra um carácter algo rústico, com bom corpo, com os taninos a encherem a boca, com um perfil tostado aliado a boa fruta, com final seco e especiado, com boas notas de tabaco.

Nota 16

Outras boas colheitas: 2000
Preço 5,5 euros
Produção 22600
Enólogo - Nuno Falcão Rodrigues

Casal da Coelheira 2004

Variando um pouco na região, desta vez o Vinho da Casa vem do Centro Agrícola do Tramagal, da Quinta do Casal da Coelheira, é este colheita 2004 com um lote de Castelão, Alicante Bouschet, Cabernet Sauvignon eTrincadeira, com fermentação em lagares mecânicos, com 1/3 a estagiar depois em cascos de carvalho Americano.

Com 13,5%, apresenta uma bonita cor granadina de média concentração.
Os aromas a frutos vermelhos marcam o nariz, morango, cerejas, também com algum perfume e ligeiro toque fumado, que mostra boa integração da madeira no vinho, sem perturbar fazendo um vinho apelativo e fresco mas sem que a presença de leve vegetal é inevitável, com notas de pimentos verdes.

A boca confirma isso mesmo, um vinho jovem, fresco, frutado, com um final vegetal, com alguns frutos secos mas ligeiramente seco e adstringente, mostrando que os taninos estão cá. Talvez amacie com o tempo.

Ao preço de 3,50 euros, é sem dúvida uma boa opção daquela região, por sinal, a minha região de infância.

Nota 15

Outras boas Colheitas: 2003, 2000.
Preço 3,50 euros
Produção 120.000
Enólogo - Nuno Falcão Rodrigues

quarta-feira, setembro 27, 2006

Maior Apreensão de Sempre


"ASAE APREENDE 26 MILHÕES DE LITROS DE VINHO

A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), procedeu ontem, segunda-feira, dia 26 de Setembro, à apreensão de 26 milhões de litros de vinho de mesa tinto e rosado, a maior de sempre realizada em Portugal.

30 Brigadas da ASAE recolheram 2.060 amostras depois de inspeccionados 656 depósitos localizados em Lageosa do Dão (4,9 milhões de litros), no Bombarral (15,9 milhões de litros), em Olhalvo (2,6 milhões de litros), no Cadaval (1,7 milhões de litros) e na Gafanha da Nazaré (721 mil litros). As amostras serão agora analisadas no laboratório vitivinícola da ASAE.

Foi instaurado um processo-crime e o operador constituído arguido e sujeito a termo de identidade e residência.

Esta operação, denominada OPERAÇÃO ANFORA, vem na sequência de um processo de investigações que decorreram nos últimos seis meses, baseadas na falta de documentação relativa a aquisição e trânsitos de elevadas quantidades de vinho.

A Operação foi feita em colaboração com a Direcção Geral de Alfandegas e Impostos Especiais sobre Consumo e com a Direcção Geral de Contribuições e Impostos."
in www.asae.pt

quinta-feira, setembro 21, 2006

Serras de Azeitão 2005

Este campeão de vendas, quase nem precisa de apresentação.

Trata-se de um vinho da Bacalhôa, produzido a partir das castas Castelão, Aragonez, Merlot e Syrah, plantadas na Península de Setúbal com 13,5%.

Apresenta uma cor rubi escuro de boa concentração.

Com os frutos vermelhos a marcarem o inicio de prova, ameixa madura, cereja, melancia, com notas de borracha e ligeiro chocolate, tudo num perfil fresco e alegre.

Melhor no nariz que na boca, com taninos muito suaves, algo doce e guloso demais, apesar de apresentar uma componente vegetal, a fruta marca de novo a prova, com um final ligeiramente enjoativo e curto. Se não for bebido fresco ( 14ºC.), não cativa.

Ao preço de 2,5 euros, não é de rejeitar.

Nota 14.

Pinga do Torto 2003

Depois de ter sido aqui provado o Lagar de Macedos 2002 chega a hora do seu irmão mais novo ser provado.

Estou a falar do Pinga do Torto 2003, um vinho que tenta transmitir o Terroir das encostas do Torto, proveniente de vinhas velhas, com as castas Tinta Roriz, Touriga Nacional e Touriga Franca, com 40% do lote a estagiar em cascos de carvalho Americano durante 5 meses e com 14,5%.

De cor quase preta, com grande concentração, o vinho mostra um primeiro impacto floral aliado a umas ligeiras notas especiadas e baunilha. Denota-se um perfil balsâmico mas também com muitos frutos pretos, num perfil equilibrado e convidativo, com a fruta a saltitar no copo, tudo muito aberto.

Na boca, a história muda por breves instantes, sente-se um vinho austero, com taninos aguerridos, sem ser desconcertante pois a estrutura e os 14,5% conseguem trazer algum equlibrio à componente fenólica. No entanto rapidamente se mostra um pouco "madurão" com muita fruta em compota e um ligeiro toque doce. À excepção do excesso de fruta o final é de boa qualidade, ficando umas nuances abaunilhadas elegantes.
Beba-se fresco, a 15ºC.

Nota 16.

quarta-feira, setembro 13, 2006

Um fim de tarde na Graham's

Começaram as aulas novamente...
Todos os dias as 8:30.

Enfim, mas nem tudo são tristezas. Penso que nada melhor haverá do que a seguir a um dia de aulas fazer uma visita a uma cave ali do lado de lá do rio Douro.

Para quem não conhece a Graham's tem o seu posto de turismo bem distante das outras Caves de Vinho do Porto, lá em baixo.
Fica num belo cenário na encosta da Arrábida virada a Este, com vista bi-partida entre Porto e Gaia, fazendo parecer que temos o rio Douro aos nossos pés.

Com a companhia do António Torres, além de muita conversa, provei 3 vinhos da Graham's.

Graham's Six Grapes - Um vinho feito de um blend de vários "sumos de uva" que poderiam ter originado Vintage's, que se apresentou muito floral e fresco, com alguma finura na boca, bem vivo, com predominância de frutos pretos e com um final agradável. Perfeito para o preço e para o estilo de vinho, afinal de contas estamos a falar de um Ruby! Também não é para menos, a Revista de Vinhos só o elegeu como melhor Ruby Reserva há uns meses atrás.


Graham's 20 anos - Nuances alaranjadas, com boa entrada no nariz, amendoado, tostado, com ligeiro mel. Na boca a predominancia dos aromas mais quentes mantém-se no entanto com a presença clara de frutos vermelhos, o que trás ao vinho uma frescura incrível, e um final longo e extremamente especiado.

Surpresa das supresas, aparece então na mesa um Vintage Port 1983, por sinal um Vintage do ano da Joana, a tal que me acompanha sempre nestes momentos difíceis da vida, nem que seja pra levar o carro!
Uma palavra de apreço à minha namorada por me conduzir!

Graham's Vintage Port 1983- Bonita cor rubi com reflexos avermelhados, um nariz intenso e complexo, com predominancia nos frutos vermelhos e ainda alguma menta. Na boca o vinho, compacto e bem elegante, com muita fruta ainda, mostrando a presença de alguns taninos que lhe podem conferir mais alguns tempos de garrafa.
Termina longo e com toques de chocolate.
Que belo fim de tarde.

segunda-feira, setembro 11, 2006

Charme 2004

Depois da estreia em 2000, e da grande confirmação em 2002, aparece novamente um novo Charme da colheita de 2004, produzido pelas mãos de Dirk Niepoort, herdeiro duma das mais prestigiadas casas de Vinho do Porto, embora só tenha sido fundada em 1842...

Um vinho produzido com o engaço todo com as castas tradicionais do Douro, com vinhas entre 70 a 100 anos, todas localizadas no Vale de Mendiz onde predomina a presença de Tinta Roriz e Touriga Franca.
Tem um estágio de 15 meses em barricas de 228 litros, e foram cheias 4500 garrafas.

O vinho apresentou uma bonita cor violácea de boa concentração, com um aroma profundo e bastante fechado.

Após decantação, o nariz elegante mostra notas de hortelã, pistacho, amendoa e com notas tostadas de grande qualidade, mostrando uma excelente madeira, bem entrelaçada nos aromas florais, com notas de violetas e chá. Em segundo plano aparecem aromas mentolados e ligeiro tabaco.

Na boca o vinho apresenta uma classe enorme, conseguindo ser explosivo, com taninos bem educados, mas enchendo a boca de seda e de excelentes notas de fruto preto com um final onde as notas da madeira aparecem, com algumas especiarias, terminando longo e aveludado, com uma boa acidez o que lhe confere alguma frescura.
Grande, grande final.

Charmoso, o nome fica-lhe a matar.


Nota 18,5.

domingo, setembro 10, 2006

Vinho da Casa e Copo de 3 juntos

No pico do calor, decidi descer até terras de Vila Viçosa para conhecer o famoso Alentejano, provar, falar e até claro está beber vinho com ele.

Ora, após uma breve visita à Cooperativa de Borba e já com uma tábua de enchidos em casa do João Pedro, foram provados 2 vinhos brancos e 2 vinhos tintos do Alentejo e do Douro.

O primeiro branco sugerido pelo João foi o Dom Januário 2005, um vinho com um nariz correcto, com toques tropicais, leve e com um final de boca curto e ligeiramente doce, talvez pela falta de acidez, mas numa região tão quente como o Alentejo já se sabe.

O branco trazido por mim, foi um dos brancos do Douro que mais me chamou à atençao no decorrer deste ano, mas que ainda não tinha sido alvo de crítica pela minha parte.
Estou a falar do Ázeo 2005, de cor límpida e brilhante com um nariz exuberante, com notas primaveris, relva cortada, algum fruto citrino e ligeiro fumado, com uma acidez equilibrada, com uma boca gorda e elegante, estruturado e com um bom final perfumado.

De papo em papo, como se diz em brasileiro, partimos para os tintos, e aí o "Duelo" foi bem mais interessante, tanto eu como o João trouxémos dois vinhos interessantes e de qualidade, ambos de 2003.

Trazido pelo João, o Azamor mostrou-se tudo menos "Alentejano", com um nariz de boa intensidade, com notas farmaceuticas, frutos pretos e algum chocolate preto e pequenas notas mentoladas. Na boca o cenário é muito positivo, boa acidez, fresco, denso e com boas notas especiadas no final de boca. A acidez deste vinho é de realçar, estava muito bem integrada no vinho.

Voltando para o Douro, apresentei o Vertente, que se mostrou complexo de aromas, com notas de barrica bem presentes, com frutos secos, baunilha, torrados e mel aliadas a uma presença floral Duriense, com perfume de Violetas, com a fruta preta remetida para segundo plano, mas que conjuga como já disse, um nariz complexo e vibrante.
Na boca a presença dos taninos elegantes em casamento com uma excelente densidade, fazem um vinho nobre, com um belo final de boca, longo e equilibrado.
Um vinho muito bem feito.
Por último, resta-me apenas agradecer ao Alentejano a sua boa disposição e a sua disponibilidade para me ter aturado a mim e à minha namorada até altas horas da noite na conversa. Penso que ele não se terá importado muito, pois como se diz em bom Português:
" O gajo fala comó raio"
Um abraço!
PS: Sei que isto está muito parado, mas não tenho tido acesso à internet com facilidade, estou à espera dos "homens da Clix", no entanto prometo que esta semana actualizarei o Blog em condições.

sábado, agosto 12, 2006

21 anos já lá vão

Pois é amigos, hoje fiz 22 anos...
Vou fazer uma pequena pausa nas férias do blog, pra dizer as boas coisas que tenho bebido.

Redoma 2005 branco
Perfil muito elegante, floral, limonado, untuoso, longuíssimo final e que acompanhou muito bem um frango com natas.

Niepoort colheita 1979
Aveludado, persistente, com nuances de laranja e frutos secos.

Ensaios Filipa Pato 2004 Branco
Uma ligeira decepção, pouco aromático, algo gordo, mineral e ligeiramente citrino.


Solar de Serrade 2005 Branco
Para mim dos melhores Alvarinhos, floral, complexo, amendoado e tropical.

Coop Borba Antão Vaz com Arinto 2004 Branco
Que bem que está, aromatico, madeira muito bem casada com excelentes frutos tropicais e fruta em passa.

Quinta de Ventozelo 2001 Tinto
Musgo, floral, couro, taninoso ainda, com boa fruta madura e alguma complexidade.

Pedro Ximenez Dulce Viejo 1927
O verdadeiro rebuçado de mel, castanha e café. Excelente.

Couteiro Mor Colheita Seleccionada 2004 Tinto
Fruta em compota e chocolate muito fino, com a madeira algo discreta, mas que faz uma boca gulosa e convidativa.

segunda-feira, agosto 07, 2006

domingo, agosto 06, 2006

La Arte de Tapear





Venho aqui falar-vos duma tradição gastronómica que não se costuma ver em Portugal, e que de certeza todos vós já conhecem, pelo menos de nome! As Tapas! Isso mesmo, e para isto ter um pouco mais de piada, vou tentar escrever em espanhol... e vocês dizem? "Então mas ele vai para a Internet a estas horas em Sevilha?"

Sim vou, e passo a explicar:

1 da manhã.
Lá fora estão 28 graus.
Hoje bateu nos 42 graus...
Para quem ainda nao conhece, estou a dormir na Pousada da Juventude, boa, barata, Ar Condicionado e Wireless!
Pois! Isso mesmo! Com um portátil temos o mundo aos nossos pés.
Por isso, cá vai:


Mis amigos, vengo aqui para vos mostrar una das tradiciones de la capital de la Andalucia.
Tapear!




Tapear, tanto para mi como para los sevillanos, significa percorrer las calles e parar en las bodegas e pedir um poquito de pescado, una chacina de ibericos ó mismo um poquito de torrado de pan com berbereches ó calamares.
Es cierto qué con las Tapas se debe pedir un Jerez o una Manzanilla, pero que todas las bodegas tieném buenas copas de viño, temperaturas aceptables e claro, bom viño.

Ayer, por exemplo, yo hay atravessado la Puente de San Telmo en direccion à Triana, adonde se puede disfrutar de una das mas belas vistas térreas de Sevilla, pois yo hay subido a La Giralda y a La Noria de Sevilla, cada una com 94 e 66 metros de altura respectivamiente. Entonces ya en Triana e cercana a lo Canal de Guadalquivir, todas las bodegas tienen tapas e bocadillos.




Te recomiendo por exiemplo las seguintes tapas:
Salmoreto com Bacalao
Chacina Ibérica
Huevos de Codorniz 
Chipirones
Pimentos Padrón
Tortilla de Setas
Jámon de la Bellota
Chocos fritos
Gambas al Ajillo
Berbereches
Alcachofras com jámon ibérico
etc...




Por el fin de la noche porque no atravessar la Puente de Triana y percorrer la zona historica de Sevilla mismo en frente a la Catedral e parar para mas unas tapas e una botella de viño.





PS: QUE CALOR!!!!


quinta-feira, agosto 03, 2006

Por terras de Seville com Jerez e Manzanilla

Bem, acabo de chegar à capital da Andaluzia, com o termómetro a bater nos 39 graus... Até há quem diga que se estrelam ovos nas calçadas!




Deixo-vos aqui uma pequena informação sobre os vinhos desta zona, que acabei de ler:


Jerez y Manzanilla

Un relieve suave con poca vegetación, unas temperaturas altas pero moderadas por la influencia del atlántico y, sobre todo, un suelo muy rico que aguanta perfectamente la sequía, son los factores que se armonizan para favorecer el crecimiento de unos viñedos únicos.

La zona de producción de la D.O. Jerez se sitúa al oeste de la provincia de Cádiz, en un área que abarca los términos municipales de Jerez de la Frontera, El Puerto de Santa María, Sanlúcar de Barrameda, Chipiona, Rota, Trebujena, Puerto Real, Lebrija y Chiclana. Las bodegas de crianza sólo pueden localizarse en los tres municipios históricos de la D.O., es decir, Jerez, El Puerto de Santa María y Sanlúcar de Barrameda, que configuran la división geográfica del Jerez Superior. El resto de poblaciones de la D.O. se encuadran dentro de la denominada Zona.

El relieve es suave, formado por pequeñas lomas que rara vez alcanzan los 100 metros. Escasea la vegetación arbórea, exceptuando algunos bosques dispersos de pinar. Las masas de agua están representadas por el mar y los ríos Guadalquivir y Guadalete. Los terrenos colindantes con el viñedo están dedicados al cultivo de secano (cereales, remolacha), aunque hay cultivos de regadío en la vega del Guadalete y en la zona costera.

La temperatura media anual es de 22ºC. La proximidad del Atlántico y de los ríos Guadalquivir y Guadalete ejerce un efecto moderador sobre las temperaturas, aunque existen grandes oscilaciones.

El promedio anual de precipitaciones es de 650 mm, de los cuales el 40 % se recoge de octubre a diciembre (unos 70 días de lluvia), pero en los meses secos hay que contar con el aporte decisivo de los rocíos nocturnos (la blandura, que dicen los jerezanos). Sobre todo en las noches de verano, cuando los racimos desarrollan su ciclo de madurez –potenciando sus aromas y equilibrando su contenido en ácidos y azúcares–, las rociadas de madrugada pueden alcanzar un considerable y elevado nivel de hasta 500 litros.

In "http://elmundovino.elmundo.es/elmundovino/bodegas_region.html?param=58"


Continuação de boas férias

domingo, julho 30, 2006

Férias!




O Vinho da Casa vai de férias até ao dia 15 de Agosto, prometendo aos demais leitores notas de prova fresquinhas quando chegar, pois vou para Sevilha... e apenas estão 40 graus!

Quero também deixar aqui um "engodo" com aquilo que irá sair aqui em Setembro:

Reportagem "in loco" sobre a sub-Região de Monção, ou seja, ALVARINHOS.
Notas de Prova de 12 Alvarinhos de 2005.
Reportagem sobre o Magnífico Restaurante Panorama.
Fotos das adegas, das Quintas, etc...

Reportagem do encontro do Copo de 3 e do Vinho da Casa, em casa do Copo de 3 com alguns vinhos em prova. De certeza um "embate" Douro-Alentejo.

Espero também trazer uma pequena reportagem de Sevilla e dos vinhos Andaluzes, mas não prometo, pois vou mesmo de férias, já que quando estive agora em Melgaço e em Monção, a minha moça já andava farta de andar de Adega em Adega... E acreditem que é cansativo!

Boas férias para todos!


PS: Querem vinhos fresquinhos a menos de 5 euros para beber no final de tarde a seguir a uma bela praia?
Aqui ficam algumas sugestões, todas viradas pro marisco e pros pratos frios.

Muralhas de Monção 2005, o verdadeiro.
Prova Régia 2004, um Arinto bem apetecível e com uma acidez ideal pra refrescar.
Castello D'alba Reserva 2005, vejam o Copo de 3 e vão ver que vale a pena!
Couteiro-Mor 2005, uma pechincha, 1,80 no Pingo Doce! Fresco, perfumado e limonado.

Portanto amigos, penso que devem experimentar estes vinhos e dizer aos vossos familiares e amigos para esquecerem aqueles vinhos que sempre compraram e que são de qualidade inferior e que já os sabem de cor! Querem que diga quais são? Acho que vocês já sabem...
São aqueles que estão em todo o lado e desaparecem às caixas nos supermercados das praias... Depois no dia a seguir, com a quantidade de sulfitos ingerida, é só guronsan que se bebe!

Abraço!

quarta-feira, julho 26, 2006

À mesa com Dirk Niepoort


Fugindo um pouco ao objectivo principal do meu projecto, tenho, devo, quero e preciso de aqui escrever um episódio marcante no meu pequeno percurso à volta do vinho.
Tudo começou com o facto de ter entrado de férias há menos de uma semana, e como tal decidi enviar um e-mail à Niepoort para visitar as caves tendo em vista uma pequena reportagem para publicar aqui no blog, e se possível conhecer e falar com o Dirk.

No dia a seguir quando ligo o computador, a resposta já lá estava e quando abri o mail fiquei perplexo. O Dirk além de ter aceite o convite para a visita, fez-me uma proposta para jantar com ele.

Pois, esse ar de espanto que estão a ter, eu também o tive.
E assim foi, aceitei e lá fui parar à mesa com o Dirk, sua esposa, com a sua pequenina Anita e com outros amigos.

O Dirk pelos vistos, além de ser exímio a fazer vinhos, na gastronomia também não deixa nada a desejar, antes pelo contrário.

Aqui segue a ementa proposta por ele:

Pimentos Padrón
Carpaccio de Atum com Lulas e Tabasco
Shitakes com Gnocchis
Risotto de Camarão
Salada de Agrião
Salada de Pepinos e natas
Queijos de Pasta Mole

Billecart Salmon Reserve Brut
Projectos Chardonnay 2004
Morgadio da Calçada Branco 2005
Morgadio da Calçada Tinto 2004
Marka 2002
Redoma Reserva 2004
Château Pontet-Canet Pauillac Gran Cru 2002
Morgadio da Calçada Ruby Reserva
Morgadio da Calçada Tawny
Niepoort (Vintage) 2005
Taylor’s Vintage Port 1970

Terminado o jantar, a conversa continuou animada cada vez mais num tom de harmonia, bem-humorada, onde por vezes as coisas lá se tornavam um pouco sérias e se falava de vinho, tudo sem cansar.

Mais tarde, Dirk levou-nos até a sua garrafeira, uma coisa incrível, senti-me nas nuvens, nunca tinha visto nada assim tão perfeito. Com o calor que se sentia cá fora, parecia que tínhamos entrado numa câmara frigorífica.

Quando voltamos o fumo percorreu a mesa, com umas cigarrilhas mini Cohibas, o Dirk apenas me disse, aquando o Taylor's Vintage 1970 foi servido:

"Tenta perceber esse vinho"

Para mim foi uma tarefa mais que complicada, no entanto inolvidável, inexplicável e marcante, a cor impressionava, apresentava uma cor ainda relativamente jovem, o nariz exuberante, elegante, fino, enfim... tudo aquilo que os grandes críticos dizem sobre grandes vinhos, este tinha de certeza.

Fico eternamente marcado por tudo isto que senti, descobri uma pessoa excelente, um nobre anfitrião, que gosta de ensinar, mas também de ouvir, e, se eu já era apaixonado pelo vinho apenas com as vivências que tinha, com este jantar, a paixão torna-se algo profundo e incapaz de se deteriorar.

Obrigado Dirk pelo melhor momento da minha vida à volta do vinho.

segunda-feira, julho 24, 2006

Quinta da Casa Amarela Porto Branco



Mais um vinho vindo da Quinta da Casa Amarela, pois já aqui tinha sido provado o Doc Douro 2003.

Desta vez estamos perante um Porto Branco elaborado com Malvasia Fina, Viosinho e Códega do Larinho, e com 19,5%vol.

A cor é impressionante, brilhante, dourada com reflexos intensos alaranjados com uma lágrima lenta e gorda.

O nariz mostra um vinho bem multifacetado em termos aromáticos, com notas amendoadas e fumadas aliadas a uma fruta doce, melão, manga, figos e com curiosas notas de chá branco.

Na boca o vinho é denso, com uma acidez bem presente contrastada com a doçura, no entanto conseguindo remeter o álcool para segundo plano, mas que não se consegue esconder, pois as notas licorosas estão cá, embora a fruta cristalizada lembrando bolo-rei é inevitável. O perfil doce mantém-se com notas de ameixa branca, mel e laranja a perfazerem um bom final de boca.


Ao preço de 10 euros parece-me ser uma boa opçao no que toca a Porto's Brancos doces.

Nota 16

quarta-feira, julho 19, 2006

Valle do Nídeo Superior 2004



Este Valle do Nídeo Superior 2004 é um vinho produzido por Hermínio Miguel Abrantes, no Pocinho, em Vila Nova de Foz Côa, apenas com as castas Tinta Roriz e Touriga Franca, com um estágio em carvalho novo de 6 meses, apresenta 13,5&vol.

A côr é rubi escuro de boa concentração.

Os aromas são ricos, complexos, com um perfil amadeirado muito bem integrado num misto de fruta de grande qualidade, com notas de baunilha, especiarias e tabacos, aliadas então a compotas de mirtilios, amoras, ameixas pretas, e alguns morangos. Tudo muito exuberante e intenso, deixando um grande convite para a prova de boca.

Provando então na boca, o perfil de vinho moderno aparece, nada rústico, com perfil elegante e com uma acidez elevada, trazendo-lhe uma frescura muito boa, com notas de fruta a voltarem a aparecer, mas desta vez com uns pequenos toques de amêndoa e chocolate. De notar a presença de taninos suaves a lhe darem uma boa estrutura. O final é que poderia ser um pouco mais longo, perde-se um pouco, mas mesmo assim é de média duração, com as notas de tabaco e baunilha marcarem o final.
Um conjunto Fruta/Madeira muito bem conseguido.

Ao preço de 7 euros é uma boa compra.
Fez em muito lembrar o Bolonhês 2003.
Mas isto é uma opinião baseada em recordações, talvez um frente a frente seria curioso.

Mais tarde acompanhei-o com um arroz de polvo, cozido com este vinho, e o casamento foi muito bom.

Nota 17

segunda-feira, julho 17, 2006

Simplex também chega ao Vinho

Pois é amigos, o Simplex também vai "atacar" o vinho!

Aqui fica a notícia retirada do site do IVP

Comentários?


Medidas SIMPLEX - Boletins de Análise dos Vinhos do Porto e Douro, via electrónica


No seguimento do esforço de modernização previsto no Plano Operacional para 2006 o IVDP disponibilizou a partir de 1 de Julho de 2006, aos operadores um serviço de emissão dos Boletins de Análise dos Vinhos do Porto e Douro, via electrónica dispensando-os assim da sua deslocação aos serviços ou a solicitação por via postal. Esta medida, incluída no Programa SIMPLEX.

Assim os operadores registados na respectiva área reservada do sector, poderão aceder à emissão electrónica dos referidos documentos via portal www.ivdp.pt. Apenas poderão emitir por via electrónica os agentes económicos que possuam saldo disponível na conta adiantamento no IVDP ou já tenham liquidado o respectivo serviço e mantenham os seus compromissos perante este Instituto em dia.

Recorde-se que, inserido neste vasto projecto de desmaterialização de procedimentos, o IVDP já disponibilizara outros serviços de que destacamos:

a) Aprovação das maquetes de rótulos, via portal electrónico, quer para DO Douro quer para Porto (Medida 295 do Programa SIMPLEX);

b) Emissão electrónica dos Certificados de Controlo de Qualidade, igualmente disponível para vinhos do Porto e do Douro (M 294 do SIMPLEX);

c) A emissão das Circulares de Cepas para a próxima vindima obedeceu já a um novo formato que permite, por um lado, que este documento deixe de ter carácter anual e, por outro lado, dispensará a emissão de Autorizações de Produção de Mosto Generoso para viticultores que não beneficiem de tal autorização mas que necessitavam daquele documento para efeito da preenchimento das Declarações de Colheita e Produção. Com este medida já em 2006 deixarão de ser emitidas cerca de 12.000 APMG assim como, na próxima campanha, apenas serão emitidas Circulares de Cepas para situações de alteração cadastral, representando uma economia de cerca de 35.000 Circulares. (M 292 do SIMPLEX)

Para além destas novas facilidade estão também disponíveis, via portal, os seguintes serviços:

- Preenchimento e envio da Declarações de Vendas no Mercado Nacional para a DO Porto e Douro;

- Preenchimento de validação das RCDO’s;

- Preenchimento e validação das Declarações Anuais de Existências Emissão de extractos de contas correntes e consultas dos respectivos movimentos;

- Consulta de saldos e movimentos de Tesouraria.

in www.ivp.pt

quinta-feira, julho 13, 2006

Boa Memória 2003




Mais um vinho do produtor Monte Seis Reis aqui provado, após o Bolonhês e o Boa Memória 2004 branco.

Por esse motivo resta-me apenas dizer que este Boa Memória tinto é feito com as castas Aragonês, Castelão, Cabernet Sauvignon e Trincadeira, tendo um estágio de 6 meses em barricas de carvalho, ficando com 14%vol.

A cor é rubi , com um anel vermelho sangue.

O nariz é bem composto, com alguma intensidade, algo maduro demais, com bons frutos silvestres em compota, ameixas pretas, cerejas, ligeiro aroma químico e abaunilhado.

Na boca, confirma-se a gulodice do vinho, fruta muito madura, que lhe traz um açucar bem presente, com bom corpo, a acidez equilibrada.
Termina fresco, frutado e com ligeiros toques de madeira e acima de tudo equilibrado.
Apesar da doçura, estamos perante um vinho fresco, bem feito, com um perfil ideal para comidas leves, massas, carnes brancas, etc.

Nota 15

domingo, julho 09, 2006

Lagar de Macedos 2002



Após esta onda lusa de emoção, alegrias, e nostalgias também pois o Figo e o Homem do Queijo vão pra reforma, nada melhor que brindar com um peso-pesado do Douro, um vinho produzido num só lagar, "Lagar 1" da Quinta de Macedos pela arte de dois irmãos, Paul e Raymond Reynolds.

Este vinho fez-me pensar enquanto o provei, pois os uvas que deram origem a este vinho foram exclusivamente seleccionadas de vinhas velhas, ( enxertadas em 1945-1946), portanto um ano após a Segunda Grande Guerra.
Como estaria o mundo naquela altura?
Como seria o Douro Vinhateiro em 1946?
Não sabemos, mas pelo menos podemos tentar absorver algo com o prazer de degustar este vinho, talvez ele nos transmita algo daquela época, do terroir...

É então um vinho fermentado em lagar e sem leveduras comerciais, com maior predominância na casta Tinta Roriz, passou em Fevereiro de 2003 para barricas "Allier" onde permaneceu 12 meses, seguido de mais 12 meses de estágio em garrafa.
Apenas 1850 garrafas produzidas.Estará no mercado este ano a um preço médio de 30 euros. Ainda se encontra o 2000 à venda.

A cor é rubi muito escura, quase preta, muito concentrada e impressionante.

Os aromas deste vinho são intensos, complexos, e acima de tudo convidativos, com um primeiro perfil químico, lembrando notas envernizadas, tendo também um bom perfil frutado e floral, com menta, violeta e compotas de fruto preto. A madeira está perfeitamente integrada no vinho, com o chocolate preto, musgo seco e lembranças de móveis antigos a transmitirem uma classe enorme ao nariz.

Na boca, o corpo do vinho é denso, enche a boca com uma complexidade incrível, guloso, com uma acidez moderada, com uma estrutura enorme, austero, marcado não só pelos taninos bem presentes mas delicados, como pela fruta preta aliada a notas de folhas de tabaco, proporcionando um final de boca longo, longuíssimo, algo especiado e com grande elegância.
Grande, grande vinho num ano mau para muitos.
Interessante o que se conseguiu fazer com a colheita de 2002.

Nota 18

Nada melhor que terminar a prova a relembrar o convite que os irmãos Reynolds nos deixam no contra-rótulo da garrafa... "Experimente a herança do Douro"

quinta-feira, julho 06, 2006

Quinta do Valdoeiro Chardonnay 2005



Bem amigos, após a nossa derrota com a França, ou melhor, após a vitória de um Urugaio com alguma doença psíquica, até me arrependo a publicar esta nota de prova, pois é um vinho feito apenas com uma casta originária Francesa...

Mas decido colocá-lo, pois o futebol é uma coisa, o vinho é outra, aliás nem acho piada nenhuma a pessoas que já dizem que vão boicotar tudo o que é produto francês e tal...

Sejam moderados. Futebol é futebol. Se fosse assim na vida, já tinhamos boicotado muita coisa, pois já muito país nos pisou os pés... Até os nosso conterrâneos nos pisam...

O Vinho da Casa é então um Chardonnay produzido na Quinta do Valdoeiro na Mealhada pela Sociedade Agrícola e Comercial dos Vinhos Messias, com a técnica de prensagem directa das uvas e fermentação parcial em madeira de carvalho, saíndo assim para o mercado um DOC Bairrada com 11%vol. ao preço aproximado de 5 euros.

A cor verde-água é muito viva e brilhante de ligeira concentração.

O nariz traz-nos um vinho perfumado, bastante atractivo com aromas florais, iogurte e ligeiro citrino.

Na boca o vinho é fresco, leve, com a acidez não muito marcada, com um perfil mais frutado que no nariz, com ananás e limão, notando-se toques de madeira muito ligeiros, com notas de baunilha.
Podia, no meu entender, ser um pouco mais profundo o vinho, pois é bastante leve, pouco prolongado na boca. E a acidez moderada talvez nos diga que se portará melhor à mesa do que sózinho ou para aperitivo. Mas isto são opiniões pessoais.

Nota 14,5


PS: Vamos Portugal, lutemos pelo 3º Lugar e que o país transporte o termo "trabalho de grupo", "consistência", "organização", "espírito de equipa" para todos os ramos do quotidiano.

segunda-feira, julho 03, 2006

Domini 2002



O Vinho da Casa desta vez é um projecto do Douro que junta dois senhores do vinho, Domingo Soares Franco e Cristiano van Zeller, é assim o que nos diz o contra-rótulo.

Tem 12,5%vol. e foi elaborada na colheita de 2002 com Touriga Franca, Touriga Nacional, Tinta Roriz e Tinta Barroca tendo um posterior estágio de 3 meses em carvalho francês.

Tem uma boa cor rubi , algo concentrada, já com uns ligeiros reflexos de vermelho escuro no anel do copo.

Entra com um aroma convidativo, frutado, amoras e algumas compotas de frutas. Aparece também aroma a menta, algum floral e uns toques da madeira. No entanto o aroma a odor animal está presente, tendo sido provadas duas garrafas, que só com algum arejamento ( decantação é que consegui remediar).

Na boca o vinho fresco, leve, com a acidez algo controlada, num perfil frutado, com algum fruto seco também, mas no entanto a terminar um pouco enjoativo. Talvez não tenha apanhado o vinho na sua melhor fase...

Encontrava-se no mercado a cerca de 5/6 euros, pois neste momento é comercializada já a colheita de 2003.

Nota 13,5







domingo, julho 02, 2006

Vinhos do enólogo Rui Cunha

Mais uma prova na Galeria de Vinhos, desta vez sem a habitual degustação em regime de prova cega, pois esteve presente o Enólogo Rui Cunha, onde nos apresentou os seus brancos de verão.

Aqui ficam as minhas breves considerações sobre cada um:

Casa das Buganvílias 2005 : um Loureiro de Ponte do Lima, com um aroma muito fresco, boas notais florais, com uma acidez elevada, fazendo uma boa prova com notas da casta presentes. Bom vinho para entrada/aperitivo.

Fundação Eça de Queirós 2005: um quase 100% Avesso da sub-região de Baião, vinho que me não conquistou, algo desiquilibrado nos aromas, a acidez também um pouco desajustada.

Encostas de S.João 2005: exemplar da casta Arinto em Resende: um Arinto na Região dos Vinhos Verdes, curioso, fresco, boa acidez, alguma elegância e com um bom final seco.

Qta da Massorra 2005: o mesmo Arinto de Resende, mas com fermentação de 7 meses em madeira. Bom perfil, mais virado para o prato, pois a estrutura é maior, no entanto, apesar do pH ser exactamente o mesmo, (segundo o que me transmitiu o Enólogo Rui Cunha), a acidez não está tão presente, fazendo na minha opinião um vinho não só para o verão.

Quinta dos Avidagos Branco 2005: Um vinho leve e fresco para o verão, com um lote Verdelho, Viosinho e Malvasia fina, com ligeiro gás, com boas notas tropicais e perfumado, no entanto com um ligeiro amargo final, proveniente talvez dum pequeno excesso de batonnage segundo o que nos disse o Rui Cunha.

Sousa Lopes 2005: um casamento feliz entre a casta Loureiro e a Chardonnay realizado em V.N.Famalicão, onde o nariz é marcado plo carácter floral, elegante, na boca a mistura é explosiva e nunca antes experimentada por mim, acidez elevada, frescura, no entanto a untuosidade e as notas suaves do Chardonnay fazem um final com classe. Grande combinação.

Qta.do Sobreiró 2005: um branco onde a casta Verdelho domina, para mim o melhor vinho desta prova, com um complexidade aromática muito maior, embora o início de prova estivesse plenamente marcado de aromas sulfurosos, lembrando um espumante, mas que com a oxigenação em 2 minutos desaparece. Um vinho muito bem feito, aromático como já disse, com notas de frutos citrinos, alguma relva verdinha, com um final ligeiramente doce e longo.

Quase todos estes vinhos, são de facto virados para o verão, onde a minha escolha ficou curiosamente no 1º vinho provado e no úlitmo! O Loureiro da Casa das Buganvílias e o Quinta de Sobreiró!

Foi um fim de tarde muito bem passado como sempre com o Hilderico Coutinho, e com o nosso grupo de prova, sempre com boa disposição mas desta vez enaltecido pela presença do Rui Cunha, que esteve sempre com um perfil informal, respondendo a tudo e falando sobre os vinhos dele, mas não só.

quarta-feira, junho 28, 2006

Foral Grande Escolha 2000




Depois de mais de um ano em repouso na garrafeira do Vinho da Casa, é agora servido este Foral Grande Escolha 2000 esperando que já esteja "bebível", pois outra garrafa aberta anteriormente mostrava ainda um forte presença tânica e aromas muito fechados.

É elaborado com Tinta Barroca, Touriga Franca e Tinta Roriz e tem 13% vol, pelas Caves Aliança, entidade que tem Quintas espalhadas por quase todo o país.

As uvas foram colhidas à mão para caixas de 20 kg, sendo transportadas para a adega da Quinta dos Quatro Ventos. Após um desengace total, foram maceradas durante cerca de 5 dias a frio. A fermentação alcoólica decorreu em cubas de inox, seguido de uma maceração pós-fermentativa.
No final segue-se um estágio em carvalho francês de 12 meses.
Foram engarrafadas 82.951 garrafas

A cor é rubi de boa concentração, com reflexos avermelhados.

Em termos aromáticos, a presença da madeira marca a prova, com terro, fumo e alguma resina, deixando a fruta preta para segundo plano, antevendo que poderemos encontrar na boca um vinho quente.

E é isso que se verifica, a maderia continua bem presente na boca, com uma acidez adequada, o vinho mostra-se encorpado, austero, pois os taninos ainda estão presentes, mas já permitem uma boa prova de boca, no entanto pouco frutado, com a presença de frutos secos e com um final abaunilhado. O final é que não convence muito, pois aparece algum vegetal...

É portanto um vinho virado para um prato de carnes fortes ou mesmo de caça, aliás assim recomenda o produtor,pois estamos perante um vinho cheio, forte e pouco frutado.

Em 2004, o preço rondava os 7 euros.

Nota 15

terça-feira, junho 27, 2006

Dia do Vinho

Ora, dia 2 de Julho comemora-se o dia do Vinho, e como tal, o Vinho da Casa sugere que façam uma visita à magnífica Cidade do Porto,onde mais uma vez a Essência do Vinho, põe ao dispôr o Palácio da Bolsa para realizar uma série de eventos a não perder.





O programa será o seguinte:

De 30 de Junho a 2 de Julho
TOUR DE DEGUSTAÇÃO
Ao jantar descubra menus especiais, que poderão ser acompanhados de vinhos de qualidade a copo em restaurantes seleccionados no Grande Porto. Conheça os restaurantes aderentes em www.essenciadovinho.com

Sábado, 1 de Julho
PINK WINE PARTY
A partir das 22h00, uma festa divertida e informal com vinhos rosé e música seleccionada pelo Dj Lui-g. ENTRADA LIVRE.

Domingo, 2 de Julho
GRANDE PROVA : "VINHO - UM SEGREDO EM CADA GARRAFA"
15h-20h - Palácio da Bolsa - Galerias
Produtores e enólogos estarão presentes para desvendar os segredos por trás de cada garrafa. Em ambiente divertido, informal e com música que o Dj Pedro Botelho seleccionou para este momento. ENTRADA LIVRE.

WINE GAMES

Através dos jogos sensoriais “Descubra a Casta” e “Aromas do Vinho” divirta-se e descubra os aromas e sabores das castas portuguesas.



LIGAÇÕES "QUEIJOS & VINHOS"

Prova de queijos franceses Président.

Duas coisas boas juntas são bem melhores que uma. O casamento de queijos franceses com vinhos portugueses é uma combinação irresistível que vale a pena ser provada!

EXPOSIÇÃO “PROVA-ME” João Miguel Carvalho

Durante este dia será apresentado um conjunto de trabalhos deste artista plástico, sob o tema do vinho. Coordenador e ilustrador do livro/ álbum “Douro – A Nova Geração”, apresentado em 2005 na Fundação de Serralves.

HAPPY HOURS
A Loja Essência do Vinho, localizada no Palácio da Bolsa, oferece-lhe 10% de desconto na compra de vinhos durante este dia.

Palácio da Bolsa
Rua Ferreira Borges - Porto
Tel. 22 2088499

Organização : Viniportugal / Essência do Vinho

Apoios : Apcor, A Hora de Baco, RTP N, Associação Comercial do Porto, Revista blue Wine


Informação retirada do site www.essenciadovinho.com

A não perder o dia de Domingo.

domingo, junho 25, 2006

Vinho da Casa reconhecido pela Revista de Vinhos

É com grande orgulho e simpatia que venho aqui colocar este post.

Na edição de Junho da Revista de Vinhos, a qual sofreu uma revolução gráfica, inaugurou um espaço destinado à Internet, na página 76 onde a notícia era dar a conhecer aos leitores os Blogs sobre Vinhos existentes, o Blog Vinho da Casa aparece, juntamente com outros 9 Blogs.

Todos eles com grande paixão pelo vinho, e todos eles sem qualquer fim concorrencial.
Visto ser um projecto apenas elaborado por mim, venho em nome do Vinho da Casa, agradacer o reconhecimento feito pela Revista, e dando votos de confiança a todos os leitores de que poderão contar com muitas novidades e contínuas notas de prova sobre vinhos.

Uns mais actualizados, outros nem tanto, outros mais com o objectivo de tertúlia à volta do vinho, outros mais virados pra crítica de vinhos onde o Copo de 3, o Pingas no Copo e o Que Tal o Vinho se destacam pla "semelhança" ao Vinho da Casa, onde o tema principal é a divulgação das apreciações pessoais dos vinhos que se vão provando.

Sabendo de antemão, que o Copo de 3 já leva um elevado número de visitantes desde 2005, quase 25000, e que o Que Tal o Vinho já tem quase 3 anos de existência, eu e o meu amigo Pingus Vinicius do Blog Pingas no Copo só temos que nos sentir felizes e lisonjeados pois temos ambos apenas 2 meses de existência, pois estamos a lavrar o mesmo caminho com paixão, prazer e lealdade.

Um abraço a todos os Bloggers distinguidos na Revista de Vinhos, e os meus sinceros parabéns.

sexta-feira, junho 23, 2006

Ázeo Rosé 2005




Das mãos do Enólogo João Brito e Cunha, nasce este rosé Ázeo, que em latim significa bago de uva, produzido integralmente com Touriga Nacional da colheita de 2005 proveniente das zonas mais altas do Douro Vinhateiro, entre os 450 e os 500 metros.

Apresenta 13º após uma fermentação em cubas de inox a baixas temperaturas.

Fiz a prova a 8º deixando evoluir até aos 10º.

A cor é brilhante, viva e bonita, em tons rosados com um ligeiro salmão.

No nariz, os aromas que vêm ao de cima são a melancia fresca, cerejas, e um floral bem presente, com aromas de rosas e perfume primaveril.

Na boca a acidez é alta, não mostrando presença de açucar, conseguindo-lhe dar uma frescura ímpar, com a fruta vermelha a marcar de novo pontos, com morangos e novamente cerejas.
Notei também uma suavidade e uma ligeira untuosidade na boca, que confere a este rosé um perfil equilibrado e um conjunto óptimo para acompanhar estas tardes de verão e porque não tentar umas pastas leves ou uns pratos frios!

O final é afinado bastante seco e de boa qualidade, deixando na boca durante algum tempo um perfume floral e um pouco especiado.

Um conjunto bem afinado, com a acidez ideal para poder disfrutar de toda a frescura que um rosé nos pode trazer, com a Touriga Nacional a provar que é excelente também em rosés.

Nota 16,5

terça-feira, junho 20, 2006

Alvear Syrah 2004




Desta vez por terras Sul-Americanas, mais precisamente em Guaymallen na zona de Mendoza na Argentina, aparece este Vinho da Casa das Bodegas Alvearfeito integralmente com Syrah e com 13,5º.

A cor é rubi de boa concentração, sem deixar clarear muito do meio até ao anel do copo.

No nariz, a casta mostra-se muito presente com notas de farmácia, menta e pimenta verde em primeiro plano. Com o agitar do copo, consegue-se chegar a fruta preta de boa qualidade, com um fundo muito leve de móveis antigos.

Levando o vinho à boca, a fruta preta mantém-se presente, com o chocolate preto auxiliar a prova. A acidez é elevada mas adequada, embora com o açucar um pouco presente, mas não em demasia, mostrando-se um vinho equilibrado, mas um pouco guloso, conseguindo um final algo especiado de média duração.

Se não fosse a gulodice do vinho, estávamos perante um grande Syrah, ficando a nota de prova algo moderada por esse facto.

Nota 15,5

quinta-feira, junho 15, 2006

Catarina 2005




Apesar de o tempo estar a piorar, e há até quem diga que a vindima deste ano vai ser muito má, pois na zona do Douro, houve produtores que com a "chuvada" de ontem perderam 90% dos seus vinhedos, principalmente vinhas novas... o Vinho da Casa vai ser um branco de verão, mas que também pode acompanhar vários pratos quentes.

O nome Catarina foi atribuído em homenagem a Dona Catarina de Bragança, mas também a todas as Catarinas.

É produzido numa das maiores casas das Terras do Sado, a Bacalhôa Vinhos, feito à base de Fernão Pires e Chardonnay, com parte do lote a estagiar em madeira sendo o resto em inox.
Com 13,5 é aconselhável beber com moderação, pois os brancos podem enganar... São frescos, bebem-se bem, mas depois quando se vai a levantar da cadeira.

Apresenta uma cor muito pouco concentrada, algo transparente, um amarelo pálido com tons verdes mostrando a juventude que ainda tem.

No nariz, a frescura deste vinho é bem marcante, limão e melão casados muito bem ( até em termos semânticos é curioso, LI-MÃO > ME-LÃO), relva verdinha, um pouco de ananás, e com um carácter floral presente.

Na boca a fruta fresca continua a marcar a prova, com uma acidez elevada, bem vivo o vinho, meio seco, mas com uma suavidade enrome na forma como se comporta na boca de louvar, com a untuosidade característica da casta Chardonnay e o sabor a rebuçado de limão a perfazerem um longo final.
Nada de madeira presente no vinho, talvez com o tempo ela apareça, mas também se não vier não será necessário, pois o vinho está muito muito bem, e está óptimo para ser bebido desde já.

Nota 15,5

quarta-feira, junho 14, 2006

Duque de Viseu 2004




O Vinho da Casa é um branco que vem das terras do Dão, sendo a empresa produtora a grande Sogrape, por isso em qualquer comércio é possível ver esta garrafa.

É produzido a partir das castas Bical e Encruzado (e em menor percentagem, Cercial e Malvasia Fina) plantadas na Quinta dos Carvalhais.
Posteriormente é engarrafado após um curto tempo de estágio de cerca de 4 meses onde o lote seleccionado é mantido em cubas de aço inox, sendo que uma pequena parte estagia em barricas de carvalho.

Apresenta 13º.
Provei este vinho, num curso ministrado plo Rui Falcão da Blue Wine no Palácio da Bolsa, onde tirei as seguintes considerações:

Nariz: Bastante frutado, com ananás, maçãs verdes, um ligeiro toque de cânfora, notando-se ligeiros toques de manteiga.

Boca: Boa acidez, fresco, nada enjoativo, continuando com ananás em grande plano, terminando com a banana e a baunilha presentes.
Nota 14/15

domingo, junho 11, 2006

Dão Vinhos e Sabores

Ora bem, o Vinho da Casa esteve presente ontem num dos pátios mais bonitos do País, no Pátio das Nações, no magnífico Palácio da Bolsa, onde aconteceu mais um evento conduzido pelo Espaço Essência do Vinho, desta vez com a ajuda da CVR Dão e de 36 produtores do Dão.

Com pouco público presente, apesar de ser entrada livre, talvez justificado por ser dia de Portugal, estar bom tempo, a Selecção jogava no dia a seguir, estavam a decorrer jogos do Mundial, etc.
Foram estas as considerações dadas plo Nuno Guedes Pires, pessoa que já conhecia a alguns tempos, mas que é sempre um prazer falar com ele, pois a humildade e a simpatia que demonstra são de louvar.

De realçar mais uma vez, a excelente atenção em manter os vinhos à temperatura adequada, assim como os copos de boa qualidade.

De entre os 36 produtores, ficaram-me na retina as seguintes provas:

Quinta da Vegia Reserva 2003
Vinha Paz Reserva 2003
Quinta de Lemos símbolo Verde 2003 e símbolo Branco 2003.
Quinta da Falorca Touriga Nacional 2003
Quinta da Falorca Reserva 2001
Quinta dos Roques Touriga Nacional 2003
Quinta dos Carvalhais Encruzado 2004

Como boas surpresas:
Porta Fronha 2005 - Pela frescura
Pedra Cancela 2004 - Pela gulodice

De relembrar também, a excelente festa que ocorreu à noite, onde um DJ convidado moderou o som, com bons momentos de Chillout e boa música ambiente.
Durante esta Wine Party, estavam disponíveis para beber vários vinhos do Dão, 8 Tintos, 8 Brancos e 4 espumantes.
Para beber mesmo, pois não havia cuspideiras, portanto o melhor vinho da noite acabou sempre por ser o último, perceba-se porquê.

Um evento a repetir, pecando apenas plo pouco público, embora se tenha estado muito confortável assim.

Os meus parabén à organização.

sexta-feira, junho 09, 2006

Cartuxa Tinto Colheita 2000




Este Vinho da Casa não necessita de grandes apresentações, pois penso que todos o vêem em todo o lado, e já tem um historial enorme. Basta apenas dizer que este Colheita na altura foi vinificado com as castas Aragonês, Trincadeira, Tinta Caiada, Castelão e Alfrocheiro, apresentando 13º com estágio em madeira.

Este vinho foi para mim, antes de "entrar" nestas andanças uma referência Nacional, mas penso que hoje em dia estará um pouco longe disso, pelo menos a mim o vinho não me convenceu.
Ofereceram-me no Natal duas garrafas destas, tendo aberto a primeira na passagem de ano, tendo-lhe notado uma acidez um pouco desequilibrada, tendo pensado na altura que fosse problema de garrafa, mas como verão mais abaixo, esta garrafa ora aberta apresenta as mesmas características.

Optei por iniciar a prova a 15º, mas foi aos 17º/18º que o vinho se tornou mais atraente.

Apresenta uma cor rubi, com reflexos de vermelho quente no anel.

Um nariz de intensidade mediana, algo floral e com notas de cereja, conjugado com carácter vegetal. Em segundo plano aparecem aromas quentes, terra húmida, tabaco. Para completar o lote, faz-me pensar ligeiramente em lagares. Nariz correcto mas nada exuberante.

Na boca mostra-se encorpado, com uma boa estrutura, no entanto a acidez desequilibrada não consegue criar um bom perfil. Aparecem umas notas lenhosas e vegetais, lembrando mesmo azeitona com a fruta em segundo plano, mas bem madura.
Final médio e especiado.

De facto o vinho não me convenceu, pois com o preço que apresenta, 13 euros, podemos encontrar alternativas melhores e bem mais em conta.
Nota 14

segunda-feira, junho 05, 2006

Quinta da Casa Amarela 2003




Cá estou para apresentar mais um Vinho da Casa, e pode-se dizer que este é mesmo "caseiro", pois este vinho nasce de um projecto familiar, onde Laura Regueiro e seus dois filhos fazem a produção numa quinta do Douro, na margem esquerda entre a Régua e Lamego.

Casa bastante reconhecido na produção de vinho do Porto, decidiu em 2000 iniciar a produção de vinhos DOC-Douro, onde nos presenteia com este colheita de 2003.

Um vinho elaborado com as castas nobres durienses, Tinta Amarela, Toutiga Franca, Touriga Nacional e Tinta Barroca, com 13,5º, com uma passagem ligeira pela madeira.

Iniciei a prova a 15º, com decantação prévia, facto que acabou por ser bem sucedido pois tinha algum depósito.

Apresenta uma cor vermelha granadina ainda jovem de média concentração.

No nariz, a presença de fruta silvestre e algumas notas florais é inevitável conjugado com notas químicas. A presença deste casamento com ligeiras nuances de madeira dá-lhe um bom aroma, nada exuberante mas convidativo à prova de boca.

Sendo o convite aceite, a primeira sensação são as compotas de amoras, também com nozes a assumir um papel principal na boca.
Com uma acidez algo comedida e com taninos suaves, o vinho torna-se bastante fácil de ser bebido, redondo e correcto, terminando com um final médio onde a baunilha proveniente do estágio em madeira perfuma a boca.

Nota 15,5
PVP aprox. 9 euros

Sendo um vinho de quantidade limitada, a numeração é feita no rótulo, tendo sido esta prova condecorada com o número 11538.


sábado, junho 03, 2006

Quinta das Hidrângeas 2003




O Vinho da Casa deste fim de semana, é um vinho cheio de carácter, no perfil mais robusto que o Douro Vinhateiro pode permitir.
Henrique Tiago Pinto & Filhas, fizeram este vinho Doc com Tinta Amarela, Tinta Barroca, Tinta Roriz e Touriga Franca, apresentando 13,5º, tendo estagiado durante 12 meses em barricas de carvalho francês Allier.

Provado em prova cega, o vinho aparece quase preto na cor, com uns aromas de fruta muido madura, amoras pretas, groselhas, muito mas muito intenso no nariz, com algumas presenças de licor a marcar o nariz, juntamente com boas notas provenientes da madeira, com chocolate e algumas notas de folhas de tabaco.

Na boca o vinho está muito vivo ainda, com os taninos aguerridos, com uma acidez algo elevada, mostrando um bom corpo, fazendo com que a prova se torne um pouco díficil, no entanto com a fruta preta a encher a boca, ficando um final ligeiramente alcoolico, perdendo aqui todos os atributos de vinho "cheio".

Talvez será melhor esperar que o tempo em garrafa trate de afinar este vinho, pois ele mostra grande qualidade no nariz, mas está ainda muito agreste. Só o tempo o dirá, mas a partida poderemos ter no futuro um vinho para uma refeição de carnes vermelhas, ou para acompanhar uns enchidos.

Um vinho feito pra durar.

Nota 15,5